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Cuiabá, 01 de Março de 2025
01 de Março de 2025

02 de Maio de 2020, 11h:40 - A | A

GERAL / TEM QUE REBOLAR

Boate de Cuiabá faz lives, delivery e drive thru para não fechar as portas

Das noites agitadas, socioproprietário afirma que Malcom está pronto para ser reinventado e abrir as portas da forma que for possível

ANDRÉIA FONTES
DA REDAÇÃO



Primeira casa de shows de Cuiabá a anunciar a suspensão das atividades devido à pandemia do coronavírus, o Malcom PUB afirma que quer ser o primeiro a reabrir. Enquanto a liberação não vem, a casa tenta se reinventar para minimizar os prejuízos, continuar pagando os funcionários e não cair no esquecimento. Socioproprietário do Malcom, Alexandre Mattoso afirma que a expectativa de reabertura é para o mês de maio, mas a única certeza que ele tem é que a casa de shows não irá fechar, nem que para isso seja necessário realizar empréstimos.

Mattoso enfatiza que o Malcom sempre teve um planejamento a longo prazo, tanto que, quando anunciou a suspensão das atividades, no dia 16 de março, já tinha programação fechada até junho, com nove atrações nacionais e internacionais, além de cinco festas temáticas. No final de semana após o fechamento haveria o show de Double You (21/03) e na semana seguinte CPM 22 (26/03), que já tinha até esgotado os ingressos.

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Brunna Almeida

Malcom

Novos equipamentos foram comprados para melhorar qualidade das lives

Hoje, o planejamento é semanal. Desde o fechamento, as noites agitadas, de casa lotada, foram dando espaço para as lives, a entrega delivery e drive thru de lanches e bebidas, além do recorde na promoção do  brinde do bem.

Como os bares e restaurantes têm previsão de reabertura para o mês de maio e as casas noturnas ainda não têm nenhuma expectativa, Mattoso afirma que o Malcom está pronto para se reinventar. Enfatiza que a abertura acontecerá com restrições, é claro, mas acredita que será logo. “Fomos o primeiro a fechar e queremos ser o primeiro abrir. Se precisar ser só com dj, só voz e violão, ou só bar aberto, vamos obedecer. Mas tem que abrir. Antes entrar pouco do que não entrar nada. Estamos aberto a tudo, a única hipótese que a gente não cogita é fechar as portas”.

O pagamento dos funcionários foi realizado no mês de maio e será feito no mês de abril. Mas o socioproprietário enfatiza que para junho a casa precisa estar aberta.

Casas noturnas trabalham com grande número de funcionários free lancer e este é o caso do Malcom. Em relação a estes profissionais, Mattoso enfatiza que infelizmente não é possível manter um pagamento. Mas para a próxima semana está sendo programado um evento para arrecadar cestas básicas para os trabalhadores da noite cuiabana.

A decisão

A última festa realizada no Malcom foi a St. Patrick's Day (Dia de São Patrício), no dia 14 de março. Naquela data, ainda não havia nenhuma orientação para fechamento do comércio. Mas o público que compareceu, menos da metade do acostumado para a tradicional festa, já deu uma noção de que haveria dificuldade. “Naquele momento a gente sentiu que o pior estava por vir, porque caiu muito o número de pessoas em um evento que sempre foi muito animado”, destaca o produtor da casa, Daniel Scaravelli.

Na segunda, Daniel relata que já perceberam as movimentações políticas e à noite saíram os decretos estadual e municipal. “Não era para fechar totalmente, mas já fechamos pela segurança dos funcionários e dos clientes. Percebemos que já estava instaurado um pouco de pânico. Anunciamos o cancelamento dos shows”, lembra Scaravelli.

Mattoso destaca que a decisão do Malcom foi criticada em grupos de empresários do whatsapp, por ser o primeiro a suspender. Mas, nos dias seguintes, virou obrigação e todas as atividades foram parando.

A casa noturna não chegou a fechar. Logo na primeira semana começaram a estudar o movimento e ver o que estava acontecendo. “Na primeira semana já fizemos a primeira live com toda a segurança necessária, com máscara, álcool gel. Mas começaram a ficar cada vez mais sérias as restrições. Então, as lives passaram a ser direto das residências dos músicos. Agora, a casa já está num terceiro momento. As lives voltaram a acontecer no Malcom, após aquisição de equipamentos para garantir qualidade e todas as medidas necessárias de proteção”, diz Scaravelli.

O delivery e drive thru também foram implantados logo no início. “Mas é claro que o faturamento nem se compara. O prejuízo é imenso. Nem calculamos ainda para não desesperar”, acrescenta o sócio. “Estamos fazendo na esperança de reabrir. Objetivo não é nem faturar, é minimizar os prejuízos para poder pagar os salários dos funcionários e manter a casa em evidência", finaliza.

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