Jane Claro sobre morte em curso dos Bombeiros: Minha luta sempre foi para evitar que isso se repetisse

Reprodução

Rodrigo Claro morreu durante o Curso de Formação da corporação

DAFFINY DELGADO
DO REPÓRTERMT

Mãe do ex-aluno do Corpo de Bombeiros, Rodrigo Claro, dona Jane Patrícia relatou ao RepórterMT na tarde desta terça-feira (27) que ficou em 'choque' ao ver a notícia da morte de mais um militar durante curso de formação da instituição, o mesmo em que morreu o filho dela, em 2016. Jane conta que após a perda do filho, sua luta sempre foi para tentar 'evitar' que isso voltasse a se repetir.

"Quando meu Rodrigo morreu, nós lutamos por isso. Muito mais do que condenação dos culpados, minha intenção era pra evitar a perda de outros Rodrigos, que outras Janes, Marias, chorassem", declarou.

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Lucas Veloso Peres, 27 anos, morreu na manhã desta terça-feira durante o treinamento de salvamento aquático que estava sendo realizado na Lagoa Trevisan, em Cuiabá. Ele chegou a ser socorrido e encaminhado ao hospital, mas não resistiu.

Emocionada, Jane Claro explicou que ao ver a notícia relembrou todo sofrimento e dor que sentiu quando foi comunicada da morte de seu filho em novembro de 2016.

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“É revoltante ver isso se repetindo, fiquei com as pernas tremendo e relembrei tudo que senti quando Rodrigo morreu. Em menos de 10 anos isso voltando a acontecer dentro do Corpo de Bombeiros. Que Deus conforte os corações dos familiares desse jovem”, disse. 

Caso Rodrigo Claro

Rodrigo Claro morreu durante o 16° Curso de Formação da corporação. O treinamento foi realizado na mesma lagoa onde Lucas perdeu a vida. Na época, a responsável pelo treinamento era a tenente Izadora Ledur. Ela chegou a ser afastada, respondeu um Procedimento Disciplinar Administrativo. Na Justiça, ela foi condenada a cumprir um ano de prisão, em regime aberto, pelo crime de maus-tratos.

Por fim, a mãe de Rodrigo questiona a ação da Justiça de Mato Grosso em relação ao caso do Lucas.

“A Justiça de Mato Grosso deu aval para que a instituição Corpo de Bombeiros, através de seus 'instrutores' seguisse matando seus alunos em formação, ao não punir Isadora Ledur”, disse. “E agora? Vai ser só mais um jovem que vai fazer parte dos números de estatística ou a Justiça de Mato Grosso vai tomar vergonha na cara e punir severamente os culpados por esse ato?”, acrescentou.

As investigações da morte de Lucas ainda estão no início, entretanto, a Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa trabalha com a possibilidade de que ele tenha sofrido um mal súbito.