RAFAEL DE SOUSA
DA REPORTAGEM
O empresário Alan Malouf, dono do buffet Leila Malouf, em Cuiabá, se entregou, na tarde desta quarta-feira (14), à juíza Selma Arruda, titular da 7ª Vara Criminal da Capital.
Acompanhado do advogado Huendel Rolim, o empresário foi retirado do Fórum por policiais do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) e seguiu para exame de corpo de delito.
Alan Maluf foi encaminhado para o SOE (Serviço de Operações Especiais), da Secretaria de Estado da Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), no bairro Centro América.
Inicialmente, o empresário seria encaminhado ao Centro de Custória da Capital (CCC). Mas, ele não pode ter contato com outros réus na ação penal na Operação Rêmora, como o ex-secretário de Educação, Permínio Pinto.
A prisão ocorre na terceira fase da Operação Rêmora, denominada “Grão Vizir”.
O decreto assinado pela juiza Selma Arruda levou em consideração a delação feita pelo empreiteiro Giovani Guizardi.
A magistrada considerou, ainda, o princípio da ordem pública para mandar prender o empresário.
O poder econômico de Alan Malouf seria um fator de coação de testemunhas no processo.
Na tarde desta quarta-feira, os agentes do Gaeco cumpriram mandados de busca e apreensão na empresa e na residência do empresário.
O empresário Alan Malouf é considerado o principal alvo da terceira fase da "Operação Rêmora".
A operação descobriu um esquema de corrupção dentro da Secretaria de Estado de Educação.
Malouf é um dos nomes citados na delação premiada do empresário Giovani Guizardi, dono da Dínamo Construtora Ltda.
O empresário foi apontado como financiador de um suposto Caixa 2, que teria favorecido a campanha do governador Pedro Taques (PSDB), em 2014. O montante seria de R$ 10 milhões.
Grão Vizir
O nome da operação faz alusão à denominação de alguém que era um ministro e conselheiro de um sultão, ou rei, da antiga Pérsia. O têrmo significa literalmente ajudante.
Grão-Vizir era a mais alta autoridade, depois do sultão, durante o Império Otomano, e era considerado como um representante deste e atuava em seu nome.
O esquema
O empreiteiro Giovani Guizardi, delator do esquema de fraudes a licitações de obras da Secretaria de Educação do Estado (Seduc), afirmou ao Ministério Público Estadual, que ele arrecadou ao menos R$ 1,200 milhão em propina repassada por empreiteiras contratadas pela pasta.
Desse montante, ele disse que entregava, a cada 10 dias, de R$ 120 a 160 mil ao empresário Alan Malouf, que dividia a quantia com o deputado Guilherme Maluf (PSDB), presidente da Assembleia Legislativa.
Em declaração ao MPE, Guizardi ressaltou que os valores eram referentes a 50% da propina, arrecada pelo grupo criminoso. Segundo ele, Alan Malouf ficava com 25% e Guilherme Maluf com 25%. O dinheiro era levado por ele até o escritório do empresário. Lá ele deixava a quantia em envelope, ou caixa, dentro do banheiro de uso particular.
Outro lado
Por meio da assessoria de imprensa, o empresário Alan Malouf negou que estivesse foragido.
Ele afirmou que informou às autoridades que estava à disposição para esclarecimentos, a partir do momento em que seu nome foi citado nas investigações da Operação Rêmora.
Confira a íntegra da nota:
"Sobre a operação "Grão Vizir" realizada nesta quarta-feira (14), que teve como alvo o empresário Alan Malouf, esclarecemos que desde o primeiro momento em que seu nome foi citado nas investigações da operação "Rêmora", o empresário informou às autoridades que estava à disposição para prestar os esclarecimentos devidos.
Assim que tomou conhecimento oficialmente da operação, Alan se apresentou espontaneamente ao juízo da 7ª Vara Criminal e reiterou a disposição de colaborar na elucidação dos fatos.
Ratificamos ainda que não existe nenhum acordo de colaboração premiada sendo elaborado, conforme noticiado pela imprensa.
A defesa do empresário aguarda ter acesso aos autos para tomar as medidas cabíveis e entrar com o pedido de liberdade.
Assessoria de imprensa"
Ze/Cuiabá 15/12/2016
Tá..... Se o Empresário emprestou 10 milhões ele não foi para oferecer, algum sultão pediu ajuda...e quem vai preso é o empresário?, O nome do beneficiado principal tem que vim a tona, vamos empresário ponha quem de direito no "xilimdró"
Luciano 14/12/2016
E os 10 milhões foi pra campanha
João aleluia 14/12/2016
Aleluia , mas é o resto ???????
3 comentários