CELLY SILVA
DA REDAÇÃO
Três anos depois, o réu confesso, Weber Melquis Venande de Oliveira, foi condenado pelo tribunal do júri, a 17 anos de prisão em regime fechado por homicídio qualificado e ocultação de cadáver da jovem Katsue Stefane Santos Vieira, 25.
Ela foi morta a facadas e teve o corpo carbonizado dentro do forno da pizzaria da família do assassino, no bairro Barbado, em Cuiabá. O Julgamento ocorreu na tarde e noite desta quinta-feira (19) e foi presidido pela juíza da Primeira Vara Criminal, Mônica Catarina Perri Siqueira, no Fórum da capital. A sentença proferida pelo júri demorou oito horas para ser decidida e entregue à juíza.
A pena só não foi maior devido a habilidade retórica do advogado de defesa Paulo Fabriny, que conduziu o pedido de absolvição enfatizando a todo momento que a pena fosse reduzida, uma vez que o réu confessou o crime e que estava sob influência de álcool e cocaína, no momento do crime. Outro argumento utilizado foi de que Weber estaria desintoxicado e frequentando cultos evangélicos na ala evangélica do presídio do Carumbé.
No entanto, o promotor de Justiça Vinícius Gayva do Ministério Público Estadual (MPE), rebateu o advogado e afirmou que Weber agiu friamente e que além de matar, queimou e ocultou o cadáver. "Se hoje ele está em uma ala evangélica do presídio e lá anda com uma biblía na mão e isso lhe faz bem, sem dúvida alguma é onde ele deve continuar para poder pagar pelos seus atos. Peço aos senhores jurados que, por favor, faça com ele cumpra a pena que mereça", finalizou pedindo a sentença máxima o promotor.
A primeira a testemunhar foi a mãe da vítima, Maria Eunice Pereira dos Santos, 52 anos, que comoveu os jurados relatando que até hoje não conseguiu enterrar as cinzas da filha, que permanecem no Instituto Médico Legal desde quando foram retiradas do forno da pizzaria pelos peritos. Maria chorou muito durante o depoimento, que sofreu interrupções para que ela pudesse se recompor emocionalmente.
Outro depoente que chamou atenção foi o pai do réu e proprietário da pizzaria, senhor Francisco. Ele relatou que logo após o momento do crime, Weber lhe contou que havia matado uma menina e seria preso. Ele contou aos jurados que o filho cometeu o crime quando estava sozinho em Cuiabá, durante um período em que a família estava viajando Segundo Francisco, a dona do bar ao lado onde da pizzaria ligou para ele e contou que seu filho estava sujo de sangue e precisava de ajuda.
Ao voltar de viagem, o pai do criminoso encontrou seu estabelecimento completamente sujo de sangue, com dois policiais na porta. A faca utilizada para matar Katsue ainda estava suja de sangue.
O CASO
No dia 3 de fevereiro, de 2012, Weber foi em uma boate próxima à rodoviária da capital e usou drogas com a vítima e outra mulher.
Não satisfeito, o réu convidou a mulher para comprarem mais entorpecentes e irem se drogar na casa dele, onde funcionava a pizzaria. Como estava de moto, Apenas Katsue aceitou a proposta.
Já no local do crime, Weber pegou a faca e atacou a vítima dando várias facadas no pescoço dela. Após matá-la, ele queimou o cadáver no forno da pizzaria. O assassino acabou preso pela Polícia no mesmo dia.