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Cuiabá, 20 de Janeiro de 2025
20 de Janeiro de 2025

20 de Janeiro de 2025, 16h:51 - A | A

OPINIÃO / BRUNO VICENTE

Forrest Gump: gerando conexões pela linguagem simples

BRUNO VICENTE



Rever um filme que gostamos é, quase sempre, uma oportunidade capaz de nos fazer ter novas percepções. Foi exatamente isso que experimentei ao assistir novamente Forrest Gump – O Contador de Histórias. É inegável o poder que esse clássico, que mistura drama, comédia e romance, tem de provocar diferentes emoções. Mas, dessa vez, um outro ponto me chamou a atenção: a comunicação simples adotada pelo personagem principal.

Cheio de boas intenções e dono de uma destacada ingenuidade, Forrest possui uma visão objetiva e descomplicada do mundo. E essas características foram transferidas às histórias contadas para cada pessoa que sentou ao seu lado no banquinho da praça. Foi com uma comunicação simplificada que ele conseguiu chamar a atenção, gerar empatia e estabelecer conexões, mesmo em indivíduos já saturados de outras informações.

Ao mesmo tempo, Forrest também mostrou que simplicidade não é sinônimo de superficialidade. Ou seja, é possível sim passar uma mensagem de forma acessível e empática sem abrir mão da profundidade do conteúdo. Um exemplo disso é quando diz “A vida é como uma caixa de chocolates. Você nunca sabe o que vai encontrar”. Uma frase poética, de fácil entendimento e repleta de significado.

É fato que durante todo o filme, Forrest Gump nunca se preocupou em mostrar às pessoas um vocabulário requintado. Ele só queria que sua mensagem fosse ouvida e fez isso com uma comunicação clara. Isso não significou evitar a complexidade das histórias, que abordaram temas sensíveis como os sacrifícios feitos pela mãe para garantir boas oportunidades a ele, a paixão por Jenny, e até uma traumática experiência como soldado na Guerra do Vietnã.

Tudo que ele contou foi minuciosamente repassado de forma compreensível e o resultado foi um público atento a cada detalhe do que era falado. Parte do sucesso comunicativo do personagem vinha de sua capacidade de se conectar com pessoas de diferentes origens, o que garantia uma maior aceitação a sua narrativa. Portanto, levar uma linguagem acessível àqueles que nos escutam ou leem nossos textos pode fazer toda a diferença.

A simplicidade é poderosa porque é universal. Existe um famoso ditado que diz “O silêncio não comete erros”. Arrisco dizer que o simples também não. Quando escolhemos palavras claras e acessíveis, ampliamos o alcance da mensagem e igualamos a oportunidade de compreensão. Forrest Gump nos mostra que, em um mundo sobrecarregado de informações, a simplicidade pode ser um ótimo recurso para uma comunicação que conecta.

Bruno Vicente é jornalista, atuando em assessoria de imprensa, gestão de crise e linguagem simples

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