DO REPÓRTER MT
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), voltou a criticar, nessa quinta-feira (7), o mercado financeiro e o setor produtivo da economia pelo desequilíbrio das contas públicas. Em entrevista à Rede TV, Lula também reclamou do Congresso, que teria que reduzir o valor das emendas ao orçamento que são propostas por deputados e senadores. Porém, em nenhum momento, o petista admitiu que o governo federal gasta de maneira excessiva e já acumula um déficit fiscal equivalente ao período da pandemia de covid.
Sempre evitando falar o que o próprio governo poderia fazer para cortar suas despesas, o presidente partiu para cima dos empresários. “Os empresários que vivem de subsídios do governo vão aceitar abrir mão de um pouco de subsídios para a gente poder equilibrar a economia brasileira?”, indagou numa pergunta retórica – ignorando que muitos dos subsídios concedidos foram durante os seus 2 primeiros governos (de 2003 a 2010) e sob a administração de sua sucessora, Dilma Rousseff (de 2011 a 2016).
Os pronunciamentos foram dados durante o programa “PODK Liberados”, cuja íntegra vai ao ar no domingo (10), porém alguns trechos já foram liberados.
Em setembro, o Banco Central divulgou que o setor público consolidado –formado por União, Estados, municípios e estatais – registrou um deficit nominal de R$ 1,111 trilhão no acumulado de 12 meses até agosto. Já nesta quinta (07), o governo apresentou deficit primário de R$ 105,2 bilhões nas contas públicas no acumulado de janeiro a setembro de 2024. Houve uma piora em relação ao mesmo período de 2023, quando o saldo negativo foi de R$ 94,3 bilhões em valores nominais – variação de 11,6%.