KARINE ARRUDA
APARECIDO CARMO
DO REPÓRTER MT
Faltando uma semana para a eleição da Mesa Diretora da Câmara de Vereadores de Cuiabá, a apresentação do projeto que visa estabelecer o voto secreto no pleito tem dado o que falar e vem sendo motivo de críticas, principalmente do prefeito eleito Abilio Brunini (PL), que vê a medida como uma forma do atual presidente Chico 2000 (PL) tentar se reeleger ao cargo.
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“Quando você percebe essas artimanhas na véspera da eleição da Mesa, é uma articulação do próprio presidente da Câmara buscando uma tentativa de recondução, possivelmente, e tentando conseguir os votos de uma forma ou de outra”, pontuou.
Em coletiva à imprensa nessa segunda-feira (23), Abilio disse que o normal seria que a proposta do voto secreto surgisse na metade do ano, quando os vereadores ainda não anunciaram seus nomes para eleição da Mesa. Bem diferente do que está sendo apresentado agora às vésperas da votação.
“Seria muito natural se esse tema viesse a público mais ou menos no meio do ano porque não vejo nada demais ser secreto ou não a votação. Lá em Brasília é e na Assembleia Legislativa também é”, afirmou.
O projeto de voto secreto foi incluído na pauta da última sessão na Câmara Municipal pela equipe da atual Mesa Diretora, presidida pelo vereador Chico 2000 (PL). A entrega da proposta de última hora gerou revolta nos parlamentares e após algumas críticas, o presidente adiou a votação para a próxima sexta-feira (27).
Vale lembrar que a disputa da Mesa Diretora está entre Chico 2000, que tenta a reeleição, e a vereadora novata Paula Calil (PL), que tem o apoio de Abilio e encabeça uma chapa 100% feminina, que contará com as vereadores veteranas Michelly Alencar (União) e Maysa Leão (Republicanos).
“Não acho que ele [Chico 2000] seria favorecido [com a votação secreta] e nem acho que será. Eu acho que talvez alguém do grupo dele deve estar achando que ele será, mas não vai mudar nada. A gente conseguiu hoje o 15º voto a favor do grupo que está aliado às mulheres”, defendeu Abilio.
Desde que a chapa feminina foi anunciada para a disputa, o prefeito eleito tem defendido que ela seja votada e assuma a Câmara para que a Mesa Diretora seja composta apenas por mulheres como forma de prestigiar a eleição municipal histórica em que, pela primeira vez, oito vereadoras foram eleitas na Capital.
Contudo, mesmo sendo voltado para a representação feminina, a chapa de mulheres vem recebendo muitas críticas de outros vereadores que têm reclamado do fato da presidência estar sujeita a ser assumida por Paula, que é novata no cargo, ou seja, que ainda não tem experiência com as decisões da Mesa. Ao contrário desses apontamentos, Abilio não vê problema na eleição de Calil, já que ela não estará sozinha a frente da Câmara.
“Junto da Paula tem a Michelly [Alencar], tem a Maysa [Leão], que têm boas experiências. O que a gente não pode deixar é o Parlamento cair nas mãos das más experiências, experiências essas que já foram muito prejudiciais à imagem da Câmara”, finalizou.