DO REPÓRTERMT
O advogado Rodrigo Vechiato da Silveira é apontado, em decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), como o intermediador do desembargador Sebastião de Moraes Filho, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), nas tratativas mantidas com o advogado Roberto Zampieri. Vechiato à época era assessor de Sebastião Moraes.
Os desembargadores Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho foram afastados dos cargos pelo CNJ por suspeita de envolvimento em esquema de venda de sentenças.
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Roberto Zampieri foi assassinado a tiros, em frente ao seu escritório, no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá, no dia 5 de dezembro de 2023. A motivação do crime, conforme a investigação da Polícia Civil, foi uma briga judicial pela propriedade de uma fazenda avaliada em R$ 100 milhões.
O fazendeiro Aníbal Manoel Laurindo, conforme a polícia, teria encomendado o crime por conta da proximidade de Zampieri com um desembargador.
Conforme veiculado pelo site Olhar Direto, o CNJ identificou trocas de mensagens entre Vechiato e Zampieri onde são usadas apelidos como “o homem” e “o chefe”. Além disso, ocorre a transferência de R$ 50 mil, bem como a compra de dólares.
Em uma das ocasiões, Zampieri encaminha à Vechiato uma cópia de uma decisão assinada por Sebastião e diz “esse tem honorários” e que havia falado “com o chefe e ele disse que vai reconsiderar”.
Conforme o site, o desembargador, de fato, mudou de posição sobre o caso em julgamento.
Afastamento
O corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, determinou, no dia 1º de agosto, o afastamento imediato das funções os desembargadores Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho por envolvimento em um suposto esquema de venda de decisões.
Salomão também determinou a instauração de reclamações disciplinares contra os dois magistrados, além da quebra dos sigilos bancário e fiscal dos investigados e de servidores do TJMT, referente aos últimos cinco anos.
A decisão foi tomada após a análise das informações do aparelho celular de Roberto Zampieri, que foram entregues ao CNJ. A família do advogado tenta conseguir, na Justiça, que o telefone seja devolvido e que as mensagens sejam descartadas.