APARECIDO CARMO
DO REPÓRTERMT
O cacique Raoni Metuktire, líder do povo kayapó, pediu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que não permita a construção da ferrovia que vai conectar o município de Sinop, em Mato Grosso, até a cidade de Miritituba, no Pará. Conhecida como Ferrogrão, a estrada de ferro é considerada estratégica para o escoamento da produção agrícola do estado.
Orçada em R$ 20 bilhões, a Ferrogrão deve passar próximo de territórios ocupados por populações indígenas, o que levanta a discussão sobre os impactos disso para os povos originários. Os defensores do projeto, contudo, alegam que se trata de um “corredor verde” em razão do baixo número de paradas no trajeto.
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"Presidente Lula, me escuta, eu subi com você na posse, na rampa [do Palácio do Planalto], e eu quero pedir que vocês não aprovem o projeto de construção da ferrovia de Sinop a Miritituba, mais conhecido como Ferrogrão. Sempre defendi que não pode ter desmatamento, não consigo aceitar garimpo. Então, presidente, quero pedir novamente que você trabalhe para que não haja mais desmatamento e também que você precisa demarcar as terras indígenas", disse Raoni na mesma cerimônia em que foi condecorado pelo presidente francês, Emmanuel Macron, como cavaleiro da Legião de Honra da França, nessa terça-feira (26).
"Eu nunca concordei com desmatamento, com extração de madeira, de minério e de ouro, e fico preocupado que o homem branco continue fazendo esse tipo de atividade. Fico preocupado que se esse trabalho continuar, podemos ter problemas sérios no mundo", acrescentou.
Em seu pronunciamento, o presidente Lula disse que o Brasil é um país em construção e que a luta pelos direitos dos povos indígenas, quilombolas e trabalhadores rurais ainda precisa ser resolvida.
“É importante lembrar que os conservadores brasileiros, os latifundiários brasileiros, aqueles que são contra a participação do povo, costumam dizer que o povo indígena já tem muita terra no Brasil, que tem 14% do território nacional. Todos os dias eles falam isso. O que eles não percebem é que os indígenas têm 14% demarcada hoje, mas quando os portugueses chegaram aqui, em 1500, eles tinham 8,5 milhões de quilômetros quadrados, era tudo deles”, sem falar especificamente da questão da ferrovia.
No início do mês, os ministérios dos Povos Indígenas e dos Transportes chegaram em um consenso de que as populações de 16 terras indígenas potencialmente afetadas pela Ferrogrão deverão ser consultadas para a atualização dos estudos de implementação do modal.
A partir dessa definição, as autoridades envolvidas no projeto poderão traçar um calendário de ações visando a realização das audiências para ouvir a população.
André 27/03/2024
Não trabalha e quer atrapalhar os que trabalham,isso e Brasil.
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