EUZIANY TEODORO
APARECIDO CARMO
DO REPÓRTERMT
A Comissão de Ética da Câmara de Cuiabá confirmou pedido de cassação do mandato da vereadora Edna Sampaio (PT), em novo relatório apresentado nesta sexta-feira (6). De acordo com o relator, vereador Kássio Coelho, ficou comprovado que Edna cometeu crime ao se apropriar da verba indenizatória de sua ex-chefe de gabinete, Laura Abreu.
Os vereadores Kero Kero e Rodrigo de Arruda e Sá, presidente da Comissão, acompanharam o voto do relator.
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Rodrigo destacou que Edna tentou atrasar os trabalhos da Comissão. "A vereadora tentou tumultuar as sessões e não apresentou nenhuma prova nesse processo que pudesse mostrar sua inocência", afirmou, ao acompanhar o relatório.
Edna Sampaio tinha prazo de cinco dias para entregar as alegações finais da sua defesa, mas ignorou a Comissão de Ética e não o fez. O prazo se encerrou nesta sexta-feira e a Comissão de Ética encerrou o relatório.
Hoje, nos minutos finais, ela tentou mais uma vez anular o processo, afirmando que havia passado prazo regimental de 90 dias, o que foi negado pela Comissão.
"Em nenhum momento a vereadora Edna apresentou defesas dentro do processo. Ela argumentou só hoje, dizendo que o processo já estava decadencial, que já tinha passado o prazo dos 90 dias e pediu a nulidade do processo, mas ela não levou em consideração as pausas no meio do percurso, como o recesso parlamentar", explicou Rodrigo Arruda e Sá.
O relatório, agora, vai ser encaminhado ao presidente da Casa de Leis, vereador Chico 2000. "Daí ele vai encaminhar à Comissão de Constituição e Justiça, que vai ter o trabalho para poder também emitir seu parecer. A comissão finalizando, volta esse processo ao presidente e ele, com certa segurança, vai poder marcar a data da sessão plenária que poderá culminar na perda do mandato."
O caso
No dia 3 de maio vieram à tona, por meio da imprensa, prints de comprovantes de transferências bancárias, mensagens em áudio e conversas por WhatsApp que atestaram o envolvimento da vereadora no esquema.
Um áudio mostrava o marido da vereadora, Willian Sampaio, cobrando que a então chefe de gabinete fizesse a transferência do dinheiro para a vereadora. Posteriormente, em oitiva na Comissão de Ética, Laura disse que o dinheiro era transferido em sua totalidade para uma conta em nome da parlamentar.
Segundo Laura, ela só se deu conta de que algo estava errado com o modo como o dinheiro era tratado durante a gestão do gabinete da vereadora quando leu uma reportagem sobre o caso de sua demissão, enquanto estava grávida, que apontava seus rendimentos como sendo formados por R$ 7 mil de salário e R$ 5 mil de verba indenizatória. Segundo ela, só recebia 70% desse valor do salário e sempre devolveu a VI.
Edna, por sua vez, disse durante a oitiva, que todas as suas quatro chefes de gabinete foram orientadas a devolver a verba indenizatória que recebiam em sua conta bancária pessoal.