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Cuiabá, 10 de Fevereiro de 2025
10 de Fevereiro de 2025

19 de Fevereiro de 2024, 13h:45 - A | A

PODERES / 6 MILHÕES DE MORTOS

Entenda o que foi o Holocausto, o assassinato em massa de judeus comparado por Lula às ações de Israel

Quase sete em cada 10 judeus na Europa na época foram assassinados por causa de sua identidade.

DO REPÓRTER MT



Em meio a mais uma polêmica envolvendo declarações do presidente Lula (PT), que comparou as ações de Israel na Faixa de Gaza ao Holocausto nazista, aumentando a tensão internacional entre o Brasil e Israel, o Repórter MT relembra o que foi o Holocausto, um período da história na época da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), quando mais de 6 milhões de pessoas foram assassinadas por serem judeus, ciganos, homossexuais, testemunhas de Jeová, deficientes físicos e mentais, opositores políticos, etc.

"O que está acontecendo na Faixa de Gaza, com o povo palestino, não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler decidiu matar os judeus", disse Lula no domingo (18), em entrevista coletiva neste domingo (18), depois da participação do presidente na 37ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo da União Africana, em Adis Adeba, capital da Etiópia.

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A fala que gerou uma série de críticas, como do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, do presidente do Memorial do Holocausto Yad Vashem, Dani Dayan, e da Confederação Israelita do Brasil (Conib).

Não esqueceremos nem perdoaremos. Diga ao presidente Lula que ele é persona non grata

Binyamin Netanyahu, inclusive, declarou o líder brasileiro "persona non grata" nesta segunda (19). "Não esqueceremos nem perdoaremos", disse o chanceler Israel Katz. Em mensagem ao embaixador do Brasil no país, seguiu: "Em meu nome e em nome dos cidadãos de Israel, diga ao presidente Lula que ele é persona non grata em Israel até que retire o que disse."

O que foi o Holocausto?

No Holocausto, os extermínios foram organizados pelo partido nazista alemão, liderado por Adolf Hitler.

Dentre os grupos alvo dos nazistas, os judeus eram os principais. Quase 7 em cada 10 judeus na Europa na época foram assassinados por causa de sua identidade.

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Os nazistas também mataram outros grupos, incluindo os povos roma (ciganos) e pessoas com deficiência. Também prenderam e retiraram os direitos de outros grupos, como homossexuais e opositores políticos.

Crianças judias em um campo de concentração, onde eram separadas dos pais.
(Crianças judias em um campo de concentração, onde eram separadas dos pais.)

O Holocausto foi um exemplo de genocídio, que consiste em matar deliberadamente um grande grupo de pessoas, geralmente porque pertencem a uma determinada nacionalidade, raça ou religião.

Nazistas eram racistas e acreditavam que o que chamavam de raça ariana era superior às demais. Na concepção nazista, um ariano era alguém germânico, enquanto judeus, os ‘ciganos’, os negros e outros grupos étnicos, eram inferiores. Eles eram impiedosamente antissemitas e isso afetou todas as suas políticas e ações.

Eles também acreditavam que a Alemanha era um país melhor que os outros e que a superioridade do seu povo implicava em dominar outros. Isso levou a Alemanha a invadir e dominar outros países antes e durante a Segunda Guerra Mundial.

Campo de concentração de Auschwitz, onde milhares de judeus perderam suas vidas.
(Campo de concentração de Auschwitz, onde milhares de judeus perderam suas vidas)

O Holocausto foi um processo que começou com a discriminação contra o povo judeu e terminou com milhões de pessoas sendo mortas por simplesmente serem quem eram. Foi um processo que se tornou cada vez mais brutal ao longo do tempo.

Desde o momento em que chegaram ao poder, em 1933, os nazistas perseguiram pessoas que não consideravam ser membros dignos da sociedade – principalmente os judeus.

Eles introduziram leis que os discriminavam e retiravam seus direitos. O povo judeu não era permitido em certos lugares e era proibido de conseguir determinados empregos.

Os nazistas também começaram a montar campos de concentração para prender e impor trabalho forçado a pessoas que acreditavam ser “inimigos do Estado”. Isto incluía o povo judeu e qualquer pessoa que não os apoiasse.

O primeiro campo, chamado Dachau, foi inaugurado em março de 1933, na região de Munique. Entre 1933 e 1945, foram criados mais de 40 mil campos em áreas sob controle nazista.

Alguns eram campos de trabalho, outros eram de trânsito para processar prisioneiros, e ainda havia os campos de extermínio, onde os nazistas matavam pessoas em grande escala, o primeiro deles foi inaugurado em 1941.

Muitas pessoas foram assassinadas por guardas dos campos sem motivo e muitas outras morreram por consequência das terríveis condições em que viviam.

Controle total

Os nazistas também decidiram assumir o controle da vida de todos. Livros didáticos foram reescritos para conter ideias nazistas, e fotos de Hitler foram colocadas em todos os lugares. Também foram destruídos livros que desagradassem os nazistas. Em 1935, 1,6 mil jornais foram fechados e os que sobraram só podiam imprimir textos aprovados pelo partido.

Foram criados grupos obrigatórios para jovens chamados Juventude Hitlerista (para meninos) e Liga das Moças Alemãs (para meninas), para que se tornassem jovens nazistas que idolatrassem Hitler. Os meninos aprendiam os valores nazistas e eram preparados para a guerra, enquanto as meninas aprendiam habilidades como culinária e costura.

Campos de concentração

À medida que soldados dos países Aliados (Reino Unido, Estados Unidos, União Soviética e os seus aliados), que lutavam contra a Alemanha na Segunda Guerra Mundial, avançavam sobre áreas da Europa controladas pelos nazistas, os campos começaram a vir a público. Majdanek foi o primeiro campo a ser libertado, no verão de 1944.

Os nazistas tentaram destruir os campos para esconder as provas de seus crimes. Eles forçaram os prisioneiros sobreviventes na Polônia a voltar aos campos localizados dentro da Alemanha. Muitos prisioneiros perderam a vida nessas caminhadas exaustivas, as Marchas da Morte.

No entanto, os nazistas não conseguiram esconder o que tinham feito e não demorou muito até que o mundo soubesse da extensão do Holocausto. Leia mais em O SUL

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