APARECIDO CARMO
DO REPÓRTERMT
A deputada federal Gisela Simona (União), que foi uma das parlamentares que apoiou o início do trâmite do projeto de lei que propõe uma mudança na escala de trabalho no Brasil, disse que acredita que é importante que o tema seja levado para a Câmara dos Deputados, onde estão os representantes eleitos do povo. Contudo, reconhece que o tema não deve prosperar no Legislativo Federal.
“Para ser muito transparente com vocês, nos bastidores a gente diz que isso jamais vai para discussão agora dentro da Câmara dos Deputados, que isso vai ficar na gaveta”, afirmou em entrevista à Rádio Capital.
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Para Gisela, o modelo de escala de trabalho 6 por 1, em que as pessoas trabalham seis dias por semana e folgam um dia, não deu certo para todo mundo e o tema precisa ser revisto. Conforme a parlamentar, a proposta de escala 5 por 2, com dois dias de folga por semana, é a preferida entre os deputados que entendem a importância de rever essa legislação.
“Quando nós conversamos entre nós deputados, existe até uma aceitação maior da jornada 5 por 2, por exemplo. É algo mais aceitável no Brasil você ter dois dias de folga durante a semana porque, se por um lado alguns poderiam falar assim ‘ah, o trabalhador quer muito descanso’, por outro lado nós temos o empregador dizendo que a produtividade não é boa do brasileiro, uma produtividade que muitas vezes (não é bom) até por essa sobrecarga da jornada”, defendeu.
Gisela se mostrou contrária à proposta apresentada por deputados da direita, que querem que os trabalhadores recebam por hora ou para que eles possam negociar a jornada com os trabalhadores nos acordos patronais. A parlamentar classifica essa tentativa como uma “falácia”.
“O momento da situação fiscal do Brasil não é bom, nós sabemos disso, mas não é uma discussão que é pra entrar em vigor amanhã. É uma discussão que começa agora e entendo superpositiva essa discussão no Brasil ser feita no Parlamento”, ponderou.
A deputada ainda mostrou simpatia para uma jornada flexível por categorias, como é feito na área da saúde, por exemplo, onde são admitidas jornadas maiores seguidas de descanso proporcional nos chamados “plantões”.
“Por isso a importância da discussão, por isso eu assinei. Por acreditar que o Brasil precisa ter essa maturidade para fazer essa discussão, porque do jeito que está a gente viu que não está bom para todo mundo e muitas vezes você pode ter algo melhor”, concluiu a deputada.