CAMILLA ZENI
DA REDAÇÃO
O senador Jayme Campos (DEM) fez duras críticas ao Ministério Público de Mato Grosso (MPE), a quem acusou de cometer “absurdos” sob pretensões políticas. Ele ainda defendeu que a legislação brasileira seja alterada para apresentar mais rigidez contra essas ações que estariam “sujando” a imagem da instituição;
O congressista citou como exemplo a Operação Capistrum, deflagrada em outubro e por meio da qual o MPE conseguiu o afastamento do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), por 37 dias. Jayme não citou nomes, mas afirmou que viu um procurador do Ministério Público afirmando que o gestor e a primeira-dama, Márcia Pinheiro, deveriam pegar 26 anos de cadeia.
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O tempo de prisão se refere a uma possível condenação, caso a dupla seja sentenciada na ação em que foram denunciados por organização criminosa e crimes de responsabilidade, além de embaraço às investigações. A denúncia foi oferecida no dia 17 de novembro e ainda não foi recebida pelo Judiciário.
“Temos que fazer um freio de arrumação urgente na legislação brasileira. Aqui mesmo, em Mato Grosso, estou vendo os absurdos que o MPE está cometendo”, avaliou Jayme, ao mencionar sobre o procurador. “Ele [procurador] não tem essa prerrogativa, essa autoridade. Então, o MPE passou, muitas vezes, a ser instrumento político, de interesse pessoal, e isso está sujando a imagem da instituição", acrescentou.
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Na mesma ocasião, Jayme criticava a postura do ex-ministro da Justiça e ex-juiz federal Sérgio Moro, bem como do ex-procurador da República Deltan Dallagnol, que foi coordenador da Operação Lava Jato e deixou o Ministério Público Federal no mês de novembro, quando também anunciou que vai disputar à deputado federal nas eleições de 2022.
O senador ainda comentou a recente operação da Polícia Federal contra o senador Cid Gomes (PSDB), que apura supostas irregularidades nas obras de ampliação da Arena Castelão, em Fortaleza, no Ceará. A operação não teve aval do Ministério Público Federal, que chegou a apontar que a ação seria contraproducente. Ainda assim foi realizada. Segundo Jayme, a operação repercutiu negativamente contra as instituições, e o Senado já concordou em “reagir”.
"Nós temos que meter uma quarentena para esse pessoal que exerce cargo de juiz, de membro do Ministério Público. Eu sou contra, literalmente, e estou mudando minha opinião em relação a essas entidades, que, lamentavelmente, não estão cumprindo o que está escrito na Constituição Federal. Estão extrapolando todos os parâmetros", finalizou.