Jayme diz que votou com o partido e Bolsonaro não “se esforçou” para manter veto

RepórterMT

Jayme criticou Fundo Eleitoral e diz que votou pelo partido

CAMILLA ZENI
DA REDAÇÃO

O senador Jayme Campos (DEM) sugeriu que seguiu o direcionamento do partido e, por isso, derrubou o veto do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao aumento do valor do Fundo Especial de Financiamento de Campanha, o chamado Fundão Eleitoral, para R$ 5,7 bilhões em 2022. Ele ainda ponderou que, apesar de ter vetado a proposta, o presidente não teria agido para manter sua decisão.

“Por orientação partidária, e não foi só um, foram 300 e tantos parlamentares que votaram, muitos deles porque o partido fechou questão, era a orientação do partido. E, quando você tem uma questão fechada, não pode mudar, sob pena de perder seu mandato”, explicou o senador nesta segunda-feira (20).

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A justificativa do congressista foi questionada pela imprensa em razão das diversas críticas feitas por Jayme ao Fundão. À época da votação da proposta, o senador chegou a defender a extinção da verba, a qual afirmou que atrai "pilantras" para a política. 

Segundo os painéis do Congresso, no Senado, dos seis parlamentares do Democratas, todos votaram por derrubar o veto. Já na Câmara, 16 dos 27 deputados do DEM seguiram a orientação. Apenas oito foram contrários. O restante não esteve presente.

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Originalmente, o valor liberado para os partidos políticos em 2022 seria de R$ 2,1 bilhões. Entretanto, os congressistas fizeram modificações na proposta durante as votações do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2022, majorando o fundo para R$ 5,7 bilhões.

Bolsonaro, então, vetou o aumento, criticando que o montante seria um absurdo, mas o veto foi derrubado por maioria de votos, tanto na Câmara (317 a 146) quanto no Senado (53 a 21) na última sexta-feira (17). 

Entretanto, na visão de Jayme, teria faltado articulação do presidente para fazer valer a decisão. “É aquela velha história, né, ele vetou, mas não se esforçou para que o veto fosse, de fato, mantido”, criticou.

O senador ainda comentou que, como o Senado não votou a Lei Orçamentária Anual (LOA), que efetivamente fixa os valores a serem investidos no próximo ano, ainda seria possível modificar a verba do Fundão. Jayme não explicou se há alguma articulação para fazer a modificação, mas garantiu que, se houver uma proposta de redução do montante, ele vota favorável.