DO REPÓRTER MT
O Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) deve retomar, nesta segunda-feira (04), o julgamento de integrantes do grupo de um extermínio que agia em Várzea Grande, alvo da Operação Mercenários, deflagrada em 2016. O bando é responsável pelo assassinato de 80 pessoas.
A expectativa é que ao menos sete integrantes do bando sejam julgados. O julgamento será realizado com a retomada do programa Mais Júri que tem o objetivo de garantir o direito à justiça para as vítimas e familiares das vítimas, bem como para os acusados.
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De acordo com o processo, o grupo praticava “homicídios por encomenda” e tinha como alvos pessoas com passagens criminais. Cada membro da quadrilha tinha função específica para garantir êxito na empreitada criminosa.
“Narra os autos, que citada organização criminosa detinha como objetivo principal ceifar a vida de pessoas com passagens policiais, caracterizadora de ações de grupos de extermínio, além de atuarem mediante o pagamento de recompensa, caracterizadora de crimes mercenários ou de pistolagem, com a participação em diversos crimes de homicídio”, diz a ação.
A denúncia foi oferecida em maio de 2016 e recebida pela Justiça logo em seguida. Desde então, a audiência de julgamento foi marcada para 04 de dezembro de 2019, depois remarcada para 16 de abril de 2020, e adiada novamente por conta da pandemia.
Posteriormente, houve nova designação de sessão de julgamento para o dia 15 de abril de 2021, contudo, foi mais uma vezremarcada para 14 de setembro de 2021 e reagendada para 30 de agosto de 2022.
Operação Mercenários
Entre as execuções realizadas pelo bando estaria a morte do empresário Eduardo Rodrigo Beckert, que tinha 35 anos, assassinado em plena luz do dia, enquanto chegava à casa dele, em Várzea Grande, e também uma chacina na região do bairro Cristo Rei. Na ocasião, três foram mortos a tiros e um ficou ferido.
Deste modo, a Polícia Civil divulgou, em 26 de abril de 2016, os principais nomes que são acusados de articular e participar diretamente da organização criminosa. Os primeiros nomes apontados na lista foram de José Francisco de Carvalho Pereira, o "Ceará", Jose Edmilson Pires dos Santos, o PM Helbert de França Silva, o PM Uelinton Lopes Rodrigues, Jeferson de Fátima da Silva e Claudiomar Garcia de Carvalho.
“Estas foram as pessoas que tiveram constante participação no planejamento e execução dos crimes, conforme áudios de interceptação telefônica, fato que reforçam a liderança destes suspeitos frente aos demais envolvidos” revela trecho da decisão.