EDUARDA FERNANDES
APARECIDO CARMO
DO REPÓRTER MT
O governador Mauro Mendes (União Brasil) não ficou satisfeito com a decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) que permitiu ao líder de facção criminosa Sandro da Silva Rabelo, conhecido como Sandro Louco, receber visitas de sua esposa, Thaisa Souza de Almeida. Mendes pontuou que irá cumprir a ordem, mas, como cidadão, discorda.
"Eu tenho que respeitar o Poder Judiciário e respeitar as leis brasileiras. Agora, respeitar e cumprir na condição de chefe do Executivo nós vamos sempre cumprir. Mas na condição de cidadão eu tenho o direito de ter as minhas opiniões e de externá-las", disse o governador nessa terça-feira (04), deixando claro que, embora reconheça a autoridade da Justiça, tem uma posição contrária à decisão.
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Mauro destacou que os presos são tratados com respeito na PCE, mas sem regalias, visto que estão ali por terem cometido algum crime. "Não podem ser submetidas a um regime de mesmas condições dos cidadãos de bem que estão aqui fora", afirmou.
As penas, defendeu o governador, têm que servir de exemplo para dissuadir a prática de crimes.
A decisão que o governador criticou foi tomada após o Tribunal de Justiça de Mato Grosso conceder o direito de visitas trimestrais a Thaisa Souza de Almeida, esposa de Sandro Louco. O detento cumpre uma pena de 193 anos, sete meses e 10 dias de prisão, com condenações por crimes graves como homicídio, latrocínio e associação criminosa. A visitação havia sido suspensa desde maio de 2024, mas, com base no estado de saúde de Louco e após a extinção da pena de Thaisa, o TJMT decidiu reestabelecer o direito.
Em sua decisão, o desembargador Orlando Perri, relator do caso, apontou que não havia mais motivo para manter a restrição à visitação. O Ministério Público de Mato Grosso tentou reverter a decisão, alegando riscos à segurança pública, uma vez que Thaisa também responde por crimes relacionados à organização criminosa, mas o recurso foi negado por unanimidade.
Com a decisão do TJMT, Thaisa poderá visitar o marido a cada três meses, em datas previamente agendadas com a direção da PCE.