FERNANDA ESCOUTO
DO REPÓRTERMT
O procurador de Justiça Domingos Sávio Barros de Arruda, do Ministério Público Estadual (MPMT), afirmou que a denúncia feita pelo prefeito eleito Abilio Brunini (PL), de que vereadores de Cuiabá teriam sido eleitos com o apoio de uma facção, não surpreende e nem deve ser tratada como discurso político.
Em um vídeo postado no Instagram, Domingos Sávio ressalta que a acusação de Abilio não é leviana.
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“O crime organizado, de fato, vem se mobilizando em todo o Brasil, para cada vez mais se embrenhar nas estruturas da administração pública, em geral. Os líderes das organizações criminosas se convenceram de que é por demais importante para os seus negócios estender tentáculos nas entranhas dos Poderes”, destacou o procurador.
Nos últimos dias, o prefeito eleito denunciou que vereadores teriam sido eleitos com o apoio de criminosos. Abilio também disse que alguns parlamentares, cujos nomes não foram citados, relataram ter recebido propostas de R$ 200 mil para votar na Mesa Diretora conforme a orientação da facção.
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“A denúncia feita por Abilio não surpreende na medida em que é notória a movimentação das organizações criminosas, visando ocupar espaços na administração pública”, pontuou.
“Certamente a denúncia do prefeito eleito não é leviana e nem pode ser rotulada como mero discurso político, até porque seria de todo lamentável que o discurso político alcançasse esse nível de baixeza [...] Por conta disso tudo, devemos ter como idônea e verossímil a acusação feita por ele", concluiu Domingos Sávio.
Denúncia à polícia
No último dia 11, Abilio afirmou que já denunciou à Polícia Federal a suposta interferência de uma facção na eleição da Mesa Diretora da Câmara Municipal.
“Eu já dei os nomes à polícia. Para as pessoas que vão fazer a investigação desse processo, eu já dei os nomes. Provavelmente vai correr em sigilo, até que haja a comprovação dos fatos”, disse Abilio à imprensa nesta sexta-feira (8).
"A informação que tive é que uns dois ou três teriam aceito, mas a gente não tem certeza. Então não vou me dispor a dizer se aceitou ou não aceitou”, completou.
Apesar de não divulgar os nomes, o prefeito eleito disse que alguns dos vereadores que estariam supostamente ligados à facção seriam os que foram citados nas Operação Ragnatela e Pubblicare, deflagrada pela em junho e setembro pela Polícia Federal.
Conforme Abilio, o próximo passo seria denunciar o caso para o secretário de Segurança Pública, César Augusto Roveri, e a delegada-geral da Polícia Civil, Daniela Maidel.
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Veja vídeo