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Cuiabá, 30 de Março de 2025
30 de Março de 2025

26 de Março de 2025, 18h:04 - A | A

POLÍCIA / CASO EMELLY SENA

Assassina que rasgou barriga de jovem para roubar bebê é denunciada por feminicídio e mais sete crimes

A denúncia foi assinada nesta quarta-feira (26) pelo promotor de Justiça Rinaldo Ribeiro de Almeida Segundo.

EDUARDA FERNANDES
APARECIDO CARMO
DO REPÓRTERMT



O Ministério Público de Mato Grosso ofereceu denúncia contra Nataly Helen Martins Pereira pelo assassinato de Emelly Beatriz Azevedo Sena, de 16 anos, que estava grávida de nove meses. Nataly foi acusada de cometer feminicídio qualificado, tentativa de aborto sem consentimento da gestante, subtração de recém-nascido para colocação em lar substituto, dar parto alheio como próprio, ocultação de cadáver, fraude processual, falsificação de documento particular e uso de documento falso.

O crime ocorreu no dia 12 de março deste ano. A denúncia foi assinada nesta quarta-feira (26) pelo promotor de Justiça Rinaldo Ribeiro de Almeida Segundo. No documento, o representante ministerial pede que Nataly seja pronunciada para ser julgada pelo Tribunal do Júri.

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Segundo a denúncia, Nataly atraiu Emelly até uma residência no bairro Jardim Florianópolis, em Cuiabá, com o pretexto de doar roupas para o bebê. No local, a acusada a atacou por trás com um golpe de "mata-leão", a amarrou e a asfixiou com sacos plásticos. Em seguida, com uso de uma faca e uma navalha, fez um corte profundo na barriga da vítima para retirar a criança.

A brutalidade empregada evidencia o grau de crueldade da acusada, que, além de matar a vítima, quis apagar qualquer vestígio do crime

O laudo pericial apontou que Emelly ainda estava viva quando sofreu as incisões e a causa da morte foi choque hemorrágico.

O MP classifica o crime como um feminicídio cometido com "evidente menosprezo à condição de mulher" e destaca que Nataly "tratou a vítima como um mero objeto reprodutor", reduzindo-a à sua função gestacional. Além disso, aponta que a ré escolheu Emelly "pelo estereótipo de gênero, por ser uma mulher jovem, negra e pobre", acreditando que sua morte teria pouca repercussão social.

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Após extrair o bebê da barriga de Emelly, Nataly se dirigiu a um hospital e tentou se passar por mãe da criança, alegando que havia dado à luz em casa. No entanto, exames revelaram que ela não estava em estado puerperal, levantando suspeitas que levaram à descoberta do crime.

A acusada ainda teria tentado encobrir os vestígios, limpando o local do assassinato e enviando mensagens do celular da vítima para seus familiares, simulando que ela ainda estava viva.

O corpo de Emelly foi encontrado no dia seguinte, enterrado no quintal da residência, com sinais de extrema violência. "A brutalidade empregada evidencia o grau de crueldade da acusada, que, além de matar a vítima, quis apagar qualquer vestígio do crime", afirma o MP na denúncia.

Nataly responderá pelos crimes de feminicídio qualificado, tentativa de aborto, subtração de recém-nascido, ocultação de cadáver, fraude processual, falsificação de documento e uso de documento falso, podendo pegar pena elevada caso seja condenada. O caso segue para análise da Justiça.

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