KARINE ARRUDA
DO REPÓRTEMT
Os assassinatos das irmãs Rayane Alves Porto, de 25 anos, e Rithiele Alves Porto, de 28 anos estão entre os crimes que mais aterrorizaram Mato Grosso em 2024. As mortes das jovens, a mando de um líder de uma facção que está preso na Penitenciária Central do Estado (PCE), desencadearam uma série de operações para apreender materiais ilícitos nas penitenciárias do Estado.
As irmãs foram sequestradas, torturadas e brutalmente assassinadas a golpes de faca no dia 14 de setembro, após saírem de um festival de pesca no município de Porto Esperidião (a 324 km de Cuiabá). Além delas, outras três pessoas também ficaram feridas, sendo eles: Roebster Alves Porto, Higor Felipe Bazan e Victor Allan Sanches.
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Durante o sequestro, os jovens Higor e Victor conseguiram escapar sem sofrer lesões. Já as irmãs Rithiele, Rayane e o jovem Roebster foram torturados por pelo menos três horas.
As mortes, encomendadas por um líder da facção que está preso na PCE, teriam sido motivada por causa de um sinal feito pelas irmãs em uma foto postada nas redes sociais. Segundo as investigações da Polícia Civil, Rayane, Rithiele e Roebster teriam postado uma foto fazendo um gesto com as mãos interpretado como sendo de alusão a uma facção rival. Contudo, a polícia garantiu que as irmãs não tinham ligação com qualquer primeira organização criminosa.
Além de ordenar as mortes, o criminoso também teria assistido todo o ritual de tortura por meio de vídeochamada dentro da prisão. De acordo com o depoimento de um dos envolvidos no crime, enquanto os jovens estavam dentro do quarto com os sequestradores, um deles recebeu a ligação do faccionado que estava preso e que começou a ditar o que eles deveriam fazer.
A vítima contou que a ordem para arrancar o dedo das irmãs e cortar o cabelo delas partiu deste líder da facção. Inclusive, mesmo após elas negarem por diversas vezes de que não pertenciam a qualquer organização criminosa, o preso ordenou que elas fossem mortas.
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Devido ao envolvimento desse criminoso que está preso na PCE, a Secretaria de Segurança Pública de Mato Grosso (Sesp) desencadeou uma série de operações nas penitenciárias do Estado para coibir o acesso dos criminosos a aparelhos celulares e drogas.
No caso das mortes das irmãs, o Ministério Público Estadual (MPMT), por meio da Promotoria de Justiça da Comarca de Porto Esperidião, denunciou sete pessoas envolvidas no sequestro e morte das irmãs. Os denunciados vão responder por pelos crimes de organização criminosa, tortura, sequestro mediante resultado morte e lesão grave. Segundo o MP, os denunciados são pessoas ligadas a uma facção criminosa.
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Os assassinos estão presos nas cadeias públicas de Araputanga, Cáceres e Cuiabá.