KARINE ARRUDA
VANESSA MORENO
DO REPÓRTERMT
O procurador-geral de Justiça Rodrigo Fonseca cobrou mais agilidade no julgamento de Nataly Helen Martins Pereira, de 25 anos, assassina da adolescente grávida Emelly Beatriz Azevedo Sena, de 16 anos. Durante passagem pelo Palácio Paiaguás, em Cuiabá, na quinta-feira (27), o chefe do Ministério Público Estadual (MPMT) disse que cabe aos órgãos competentes agir com mais celeridade para punir devidamente a criminosa.
“Nós tivemos um crime bárbaro, que chocou toda a sociedade mato-grossense. Eu acho que cabe a todos os órgãos de repressão tomar medidas na velocidade mais rápida possível, sempre respeitando a legislação processual penal”, afirmou o procurador.
>>> Clique aqui e receba notícias de MT na palma da sua mão
Na última quarta-feira (26), o MPMT ofereceu denúncia contra Nataly pelo assassinato da adolescente. No documento, assinado pelo promotor de Justiça Rinaldo Ribeiro de Almeida Segundo, a mulher é acusada por cometer oito crimes, sendo eles: feminicídio qualificado, tentativa de aborto sem consentimento da gestante, subtração de recém-nascido para colocação em lar substituto, dar parto alheio como próprio, ocultação de cadáver, fraude processual, falsificação de documento particular e uso de documento falso.
Na denúncia, o representante do Ministério Público ainda pede para que Nataly seja julgada pelo Tribunal do Júri.
Um dia após a denúncia, o juiz Francisco Ney Gaíva, da 14ª Vara Criminal de Cuiabá, recebeu a representação contra a assassina, determinando a citação da ré e concedendo prazo de 10 dias para apresentação da defesa.
Neste momento, Nataly está presa em uma cela isolada na Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto. Ela é responsável por planejar, arquitetar e orquestrar o assassinado de Emelly, que estava grávida de 9 meses e foi atraída pela assassina através da proposta de que ela doaria roupas de bebê para a vítima. Com essa desculpa, Nataly conseguiu fazer com que a adolescente fosse até uma residência no bairro Jardim Florianópolis, em Cuiabá, onde todo o crime ocorreu.
Leia mais - MP: Foi um assassinato meticulosamente arquitetado, refletindo frieza e desumanidade
No local indicado, Emelly foi enforcada, teve as mãos e os pés amarrados, a barriga cortada para a retirada do bebê e foi enterrada em uma cova rasa no quintal da residência. O crime macabro aconteceu no dia 12 de março, data em que Nataly foi até o Hospital Santa Helena tentar registrar a criança sob a justificativa de que havia tido um parto em casa.
Na unidade de saúde, a equipe médica realizou alguns exames na assassina e descobriu que ela não possuía sinais de que havia tido um parto recente. Com a desconfiança, os funcionários do hospital acionaram a polícia, que deu início às investigações e, poucas horas depois, desvendou o crime.