DO REPÓRTER MT
Em informações extraídas do celular do advogado Roberto Zampieri foram encontradas citações a um casal, formado por um empresário e uma advogada, que supostamente auxiliavam o jurista na posível compra de sentenças, suspeita que gerou o afastamento de dois desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), em decisão proferida pelo Conselho Nacional de Justiça.
LEIA MAIS - Viúva de advogado rebate MP e defende permanência como assistente de acusação
>>> Clique aqui e receba notícias de MT na palma da sua mão
De acordo os dados retirados do aparelho, o advogado assassinado teria feito dezenas de ligações para o empresário, que também estaria ligado ao esquema de compra de sentenças. O CNJ acredita que o homem seria um espécie de intermediador entre os desembargadores e Zampieri.
Além disso, a perícia já teria descoberto registros telefônicos que revelaram várias ligações do jurista com um desembargador do TJ.
Por fim, uma das provas que também teria contribuído para o afastamento dos desembagadores foi o encontro de recibos bancários que não possuíam descrição de pagamento.
O aparelho celular do advogado ainda está sob posse da perícia e segue sendo analisado.
Afastamento
Os desembargadores Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho foram afastados de suas funções do TJMT, depois que o Corregedor Nacional de Justiça, o ministro Luis Felipe Salomão, afirmou que a morte do advogado poderia estar relacionada com “decisões judiciais proferidas por magistrados do Tribunal de Justiça”.
LEIA MAIS - Corregedor diz que desembargadores do TJ tinham "amizade íntima" com Zampieri
O ministro Luis Felipe Salomão, contudo, apontou que serão usadas apenas as informações “de eventuais vínculos supostamente indevidos entre o advogado e membros ou servidores do Poder Judiciário – o que está absolutamente adstrito às competências constitucionais da Corregedoria Nacional de Justiça”.
Suposta motivação
Em 9 de julho, o delegado Nilson Farias, da DHPP, disse à imprensa que a morte de Roberto Zampieri foi encomendada por causa de uma disputa judicial sobre a posse de uma propriedade rural, na cidade de Paranatinga, estimada em R$ 100 milhões. O fazendeiro Aníbal Manoel Laurindo foi indiciado como mandante do crime.
Conforme o delegado, o irmão de Aníbal perdeu parte das terras em disputa, o que despertou nele o medo de também ser derrotado na Justiça. Aníbal acreditava que por ter proximidade com um desembargador do Tribunal de Justiça, Zampieri teria facilidade para vencer o processo. Por essa razão, ele encomendou o crime.
Roberto Zampieri foi assassinado a tiros na frente de seu escritório em novembro de 2023, no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá.