JOÃO RIBEIRO
DA REDAÇÃO
Familiares do menino Daniel Oliveira Padilha, de 6 anos, morto pelo próprio irmão, Gabriel Oliveira Padilha, de 11 anos, com um tiro de ‘chumbinho’ disparado por uma espingarda de pressão pertencente ao pai dos menores, vão ser ouvidos nesta sexta-feira (29), pelo delegado, Sidney Caetano, da Delegacia Municipal de Santo Antônio do Leverger (30 km de Cuiabá).
Ao RepórterMT, o delegado disse que a família ainda está em estado de choque por causa da morte do menino. “Demos esses dias para os familiares (pai, irmão e tios) se reestruturarem emocionalmente, por conta da gravidade do caso. Os pais devem ser autuados por negligência, já que deixaram a arma ao alcance das crianças”, explicou.
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Segundo o delegado, caso sejam condenados os pais podem ter que prestar serviços a uma instituição de caridade ou pagar cestas básicas a uma fundação escolhida pela Justiça.
Como a espingarda era de pressão, Sidney afirmou que não era preciso ter um porte para usar a arma, porém a ‘carabina’ era de alta potência, podendo-se ser comparada com uma arma calibre 22. “Devido o calibre da pressão os pais deveriam ter um cuidado maior com a arma, não deixando em local de fácil acesso”, disse.
A MORTE
Os irmãos estavam brincando de tiro ao alvo em uma propriedade no distrito de Agrovila das Palmeiras, município de Santo Antônio do Leverger, quando a vítima foi atingida à altura do coração pelo "chumbinho".
À Polícia, o adolescente de 11 anos disse que foi atirar em um passarinho, mas o projétil atingiu o tronco de uma ‘goiabeira’ e ricocheteou, acertando o menino. “Os pais levaram a criança ao Hospital da cidade, que o encaminhou, por meio de uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), ao Pronto Socorro de Cuiabá. A vítima morreu durante o atendimento médico”, disse o delegado.
Os pais dos meninos trabalhavam na propriedade como caseiros. Após a morte, a espingarda foi apreendida por policiais militares e levada à Delegacia Municipal.
Agentes da Perícia Técnica Oficial de Identificação (Politec) estiveram no local fazendo levantamentos para saber realmente como ocorreu a morte. O laudo conclusivo deve ficar pronto daqui a um mês.