JOÃO AGUIAR
DO REPÓRTER MT
O empresário L.G.Q., alvo da Operação Ceres, da Polícia Civil, foi indiciado pelos crimes de lavagens de capitais, adulteração de bebidas e receptação qualificada. Ele foi preso no dia 13 de setembro, acusado de liderar uma quadrilha que desviava cargas de bebidas alcoólicas de cinco marcas produzidas pela Ambev.
Ao RepórterMT, o delegado Felipe Leoni, da Delegacia de Roubos e Furtos (Derf) de Cuiabá, responsável pelas investigações, afirmou que o inquérito da prisão em flagrante já foi encaminhado ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) e, em breve, será distribuído para o Ministério Público.
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L.G.Q. foi preso em flagrante no dia 13 de setembro pelos crimes de receptação qualificada, contrabando e expor a venda produto alimentício falsificado ou adulterado. Dentro da casa do empresário foi localizado mais de R$ 1,3 milhão em dinheiro. O montante estava escondido dentro de um cooler de cervejas, que ficava no quarto do alvo.
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Foi feito pedido de prisão preventiva do empresário, que foi acatado pela Justiça. Ele segue detido.
Ainda segundo o delegado, o inquérito policial da Operação Ceres ainda não foi finalizado. Ao fim, L.G.Q. poderá ser indiciado por mais crimes.
Cerveja adulterada
Ainda durante a deflagração da operação, a Polícia Civil percebeu que o empresário adulterava lacres de bebidas alcoólicas antes delas serem distribuídas em Cuiabá. Ele é dono de uma grande distribuidora localizada no bairro Jardim Renascer, na Capital.
O fato ficou comprovado na perícia, mas ainda não há certeza de que o líquido foi adulterado. “Em relação ao líquido não, mas em relação ao invólucro, realmente é adulterado. O que nos faz pensar que o líquido também é. Mas já tem um laudo em relação ao recipiente, o invólucro utilizado que não corresponde ao original”, salienta.
O esquema
De acordo com a Polícia Civil, os investigadores apuraram que os desvios eram praticados por funcionários da cervejaria AMBEV e de duas empresas que prestam serviços de logística à fabricante.
A execução dos crimes contava com a participação de empregados, que atuavam nas funções de conferencistas, porteiros, motoristas, ajudantes de motorista, carregadores, entre outros.
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O grupo envolvido desviava mercadorias que eram devolvidas por clientes da cervejaria. Para isso, era falsificada uma declaração por parte do conferencista e do porteiro confirmando que houve a entrada dos lotes de cervejas na fábrica. Em seguida, as cargas das bebidas eram desviadas aos receptadores.
Os lotes de cervejas seguiam, então, para os receptadores, um deles uma distribuidora localizada na Avenida Arquimedes Pereira Lima, no bairro Jardim Renascer. Dois funcionários da distribuidora tinham conhecimento do esquema criminoso.