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Cuiabá, 24 de Abril de 2025
24 de Abril de 2025

01 de Setembro de 2021, 09h:55 - A | A

POLÍCIA / ARTEFATO CLANDESTINO

Empresária estaria apagando código de dinamites quando ocorreu explosão fatal

Pessoas que estavam no garimpo no momento da explosão manuseavam um solvente inflamável para apagar os códigos de rastreio dos explosivos.

DA REDAÇÃO



A Polícia Civil em Guarantã do Norte (715 km de Cuiabá) já realizou diversas oitivas que possam esclarecer as circunstâncias da explosão que ocasionou a morte de Daniella Trajano Dalffe e Mario Lucier Caldeira, em um garimpo do município, no dia 20 de agosto.

Foram ouvidos trabalhadores que estavam no local e apurada a informação de que os explosivos apreendidos tinham outro destino e estavam no garimpo clandestinamente. 

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O delegado que preside o inquérito, Victor Hugo Caetano Freitas, está reunindo informações e laudos técnicos para esclarecimento da explosão e as responsabilidades sobre o incidente e o material explosivo encontrado no local. Foram apreendidos pela Polícia Civil 300 quilos de emulsão de dinamite e mais de mil metros de cordel detonante no garimpo. 

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Conforme a apuração realizada até o momento, as pessoas que estavam no garimpo no momento da explosão manuseavam um solvente inflamável (Thinner) para apagar os códigos de rastreio que constam nas emulsões e nos cordéis detonantes. Os códigos são obrigatórios em todo material explosivo e servem para rastrear a carga desde a origem até o destino do material  que tem o uso controlado pelo Exército Brasileiro.

A investigação apurou que a supressão dos códigos foi feita para evitar que o material fosse rastreado e pudesse, assim, ser vendido no mercado clandestino.

“As cargas de dinamite não deveriam estar em Guarantã, foram movimentadas clandestinamente. O rastreio desse tipo de carga tem uma rota  traçada, não pode ser desviada”, explicou o delegado Victor Hugo. 

Explosão 

O atrito entre o solvente e o cordel ocasionou a explosão, contudo, estas informações serão confirmadas com o laudo da Perícia Oficial do Estado. Duas ou três bananas de dinamite também explodiram e as pessoas que estavam mais próximas do material sofreram os danos fatais.

O cordel é flexível, com um núcleo de material explosivo, e pode ser utilizado para iniciar explosivos como reforçadores, encartuchados, bombeados e como linha mestra para iniciar detonadores não elétricos. 

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Morreram na explosão a empresária Daniella Trajano Dalffe, de 28 anos, e presidente de uma cooperativa de garimpeiros, Mário Lucier Caldeira, de 49 anos. Outras três pessoas sofreram lesões graves e queimaduras. 

O delegado Victor Hugo ressalta que se houvesse a explosão das emulsões de dinamite, a tragédia poderia ser de maiores proporções.

“O cordel é um material mais sensível e no atrito com o solvente químico houve a reação. Ocorreu a explosão de duas ou três dinamites, mas se houvesse explodido mais, teria ocorrido uma hecatombe”, afirmou. 

Relatórios do Exército Brasileiro sobre o rastreio do material explosivo e o da Gerência de Operações Especiais (GOE), da Polícia Civil, sobre a detonação da dinamite e dos cordéis, serão anexados ao inquérito policial e vão subsidiar a investigação. 

Na próxima semana, o delegado vai ouvir o proprietário da empresa que comercializou o material explosivo e uma das pessoas que estava presente no local no momento da explosão.  

Detonação 

Uma equipe da Divisão Antibombas, da GOE, foi a Guarantã do Norte no dia seguinte, após a explosão no garimpo, para fazer a detonação do material apreendido pelas equipes policiais. 

Após levantamento criterioso do material e de procedimentos de segurança para que as equipes policiais pudessem dar continuidade às diligências investigativas no garimpo, a equipe da GOE fez a  detonação, com segurança, dos 300 quilos das emulsões de dinamite e dos cordéis, em uma área na região rural de Guarantã do Norte.

Álbum de fotos

Polícia Judiciária Civil

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