CHRISTINNY DOS SANTOS
THAIS BEMFICA
Maria Angélica Caixeta Gontijo, apontada como mandante da execução do advogado Roberto Zampieri, foi descoberta pela polícia após colocar suas terras à venda "a preço de banana" para fugir do país. Uma denúncia anônima a entregou.
A empresária estava envolvida em uma disputa de terras em Ribeirão Castalheira, cidade de Mato Grosso, que tinha Zampieri como um dos advogados da parte contrária.
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Conforme o delegado Caio Fernando, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Cuiabá (DHPP), a polícia chegou até o nome de Maria Angélica ao analisar de processos em que o advogado estava atuando. Ela já vinha sendo monitorada, até que a denúncia anônima revelou o possível plano de fuga e as diligências pela prisão foram aceleradas.
"No decorrer das investigações, chegou uma denúncia anônima de que Maria Angélica estaria vendendo a área de terra dela, a fazenda dela, a qualquer preço, para ir embora do Brasil. Com essas informações, a gente pediu ao judiciário a prisão temporária", explicou o policial.
"Essa briga, animosidade, entre Maria Angélica e Roberto Zampieri é que levou ela a ser investigada. E nós chegamos no executor, que também é de Minas, que coincide com o endereço da Maria Angélica", destacou.
Zampieri teria advogado um tempo a favor de Maria Angélica, mas mudou de lado no decorrer da mesma disputa agrária. A DHPP investiga se essa é a motivação do crime. Apenas uma semana antes do crime, a empresária foi condenada a pagar indenização de R$ 200 mil a Zampieri, devido a supostas ameaças e ofensas.
A polícia também apreendeu o passaporte de Maria Angélica, mesmo que em depoimento ela tenha negado todas as acusações e alegado que não pretendia viajar.
Com a prisão dos três envolvidos no crime e com a chegada dos mesmos a Cuiabá, onde passam a ser investigados pela policía de Mato Grosso, o delegado pontua que as investigações devem ser concluídas nos próximos 30 dias.
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O crime
Roberto Zampieri tinha 56 anos e foi assassinado na noite do dia 05 de dezembro, na frente de seu escritório, no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá. A vítima estava dentro de uma picape Fiat Toro, quando foi atingida pelo executor com diversos disparos de arma de fogo.
Prisões
O executor foi preso na cidade de Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte (MG). O mandado de prisão de Antônio Gomes da Silva foi cumprido pela Delegacia de Homicídios da capital mineira em apoio à Polícia Civil de Mato Grosso, que investiga o crime ocorrido contra o advogado.
Já a mandante do crime, empresária Maria Angélica Caixeta Gontijo, foi presa na cidade de Patos de Minas, no sudeste mineiro. No momento da prisão, a investigada estava com uma pistola 9mm, do mesmo calibre que o utilizado no homicídio do advogado. Interrogada, ela negou as acusações, passou pela audiência de custódia e foi para uma unidade prisional de Patos de Minas.
Hedilerson Fialho Martins Barbosa, apontado como o intermediário entre Maria Angélica e Antônio foi preso no dia 22 (sexta-feira) na região metropolitana de Belo Horizonte. Ele foi responsável por contratar o executor por R$ 40 mil e 'emprestar' ao assassino a arma utilizada no crime,uma pistola 9mm, que foi enviada pelo Correio.