JOÃO AGUIAR
DO REPÓRTER MT
O médico Luiz Gustavo Raboni Palma, ex-secretário-adjunto de Saúde de Cuiabá, que foi preso nessa segunda-feira (17) na Operação Overpay, da Polícia Civil, por ser o dono da LG Med Serviços e Diagnósticos, empresa que tinha plantões “fakes” em unidades de Cuiabá, já é investigado em outro caso de suspeita de desvios na Saúde da Capital.
A informação consta no pedido de prisão preventiva feito pela Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), no âmbito da Operação Overpay.
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Conforme o documento, Luiz Gustavo responde a uma ação da segunda fase da Operação Overpriced, deflagrada em junho do ano passado, que apurou esquema de compra de medicamentos superfaturados e acima do necessário durante a pandemia da covid-19.
Pela Overpriced, o empresário responde por crimes de organização criminosa, fraude em licitação e peculato. A ação tramita na 7ª Vara Criminal de Cuiabá.
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No pedido de prisão, os investigadores também argumentaram para a Justiça que Luiz Gustavo “incorre em reiterada prática delitiva em desfavor da administração pública municipal, de modo que, caso permaneça em liberdade poderá continuar praticando crimes da mesma natureza e causando prejuízos ainda maior ao erário".
Em outro trecho do pedido de prisão preventiva, a Deccor mostrou preocupação se Luiz Gustavo ficasse em liberdade. “Havendo fortes elementos de que caso permaneça em liberdade, poderá coagir testemunhas e fraudar documentos obstruindo o curso da persecução penal”, diz trecho.
"Caso permaneça em liberdade, há risco à conveniência da instrução criminal, já que é possível que ele passe a dirigir sua conduta visando à destruição de provas documentais eventualmente existentes em seu poder", complementa.
No entanto, ainda nessa segunda-feira, Luiz Gustavo passou por audiência de custódia e foi solto pelo juiz João Bosco Soares da Silva, do Núcleo de Inquéritos Policiais, com o uso de tornozeleira eletrônica. Ele não ficou nem 10 horas preso pelo novo esquema descoberto.
Operação Overpay
A ação foi deflagrada pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor). As investigações e auditoria da Controladoria Geral do Estado (CGE) apontaram indícios de que a empresa apresentou planilhas de atendimento de médicos que sequer compareceram nas unidades hospitalares e alguns profissionais realizaram plantão apenas em determinada unidade hospitalar.
Porém, em planilha apresentada pela empresa constava como a prestação de serviço em duas unidades ao mesmo tempo, ou seja, a empresa contratada listou o profissional em duplicidade.
As investigações e auditoria da Controladoria Geral do Estado (CGE) apontaram indícios de que a empresa contratada apresentou planilhas à Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá com relatório de atendimentos de pacientes e ausência de informações em quantidade além do que efetivamente foi realizado.
Durante diligências, a equipe da Deccor verificou indícios de que a empresa contratada não existe fisicamente e que o sócio-proprietário é um ex-agente público.
Também foram constatadas evidências de que a empresa apresentou planilhas de atendimento de médicos que sequer compareceram nas unidades hospitalares e alguns profissionais realizaram plantão apenas em determinada unidade hospitalar. Porém, em planilha apresentada pela empresa constava como a prestação de serviço em duas unidades ao mesmo tempo, ou seja, a empresa contratada listou o profissional em duplicidade.
A auditoria da Controladoria Geral do Estado (CGE) identificou que foi realizado pela Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá o pagamento à empresa contratada de plantões sem a comprovação de execução e com prestação em período de duração de plantões abaixo do contratado.