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Cuiabá, 01 de Novembro de 2024
01 de Novembro de 2024

01 de Novembro de 2024, 12h:30 - A | A

POLÍCIA / FALTA DE PROVAS

Justiça do Chile nega recurso e mantém absolvição do empresário acusado de matar modelo cuiabana

Eliane Castilho, mãe da vítima, recebeu a notícia com indignação e disse que vai recorrer às Cortes internacionais.

VANESSA MORENO
DO REPORTÉR MT



A justiça do Chile negou recurso no início desta semana e confirmou a absolvição do empresário Rodrigo Del Valle Mijac, suspeito de matar a modelo cuiabana Nayara Vit, em julho de 2021. Ao Repórter MT, Eliane Vit, mãe da vítima, conta que recebeu a notícia com extrema indignação e afirma que irá recorrer.

“Recebemos com total indignação, raiva e inconformismo, já que na sentença as juízas alegam que houve falhas cruciais desde o atendimento ao chamado de vizinhos e atendimento da ocorrência”, disse nesta sexta-feira (01).

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A absolvição foi confirmada pelos ministros Mario Rojas e Marissol Rojas e pelo advogado Manuel Luna, integrantes da sexta sala do Tribunal de Apelações de Santiago, na segunda (28). Eles negaram o recurso para anular a absolvição apresentado pelo Ministério Público, após a sentença final ter sido proferida em julgamento no Tribunal Oral de Santiago, no dia 15 de julho.

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Rodrigo foi absolvido por 2 votos favoráveis e 1 contrário, com a alegação de falta de provas. Embora tenha sido apresentada uma ampla gama de provas, incluindo testemunhas e perícias, o tribunal rejeitou todas elas, sustentando que poderiam estar contaminadas.

“Uma alegação fraca, já que por erro das instituições, as provas foram colhidas depois de 10 dias, por total manipulação do assassino e os julgadores dispensaram todas as perícias e testemunhas, alegando que poderiam estar contaminadas”, explicou a mãe de Nayara.

Mesmo com a decisão, Eliane não pretende desistir de buscar a justiça pela morte da filha e afirmou que irá recorrer às Cortes internacionais. “Temos convicção de que a sentença já estava pronta, mesmo antes do julgamento. Lamentamos e pretendemos recorrer às Cortes internacionais, contra as instituições chilenas”, assegurou.

Nayara morreu no dia 7 de julho de 2021, após cair do 12º andar do prédio onde morava com Rodrigo, no município de La Condes, região metropolitana de Santiago. Na época, Rodrigo foi condenado à prisão preventiva e denunciado pelo Ministério Público pelo crime de feminicídio, que pedia condenação a uma pena de 20 anos de prisão.

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De acordo com informações do primo de Nayara, Sérgio Puga, no dia da morte da modelo o casal tinha saído para jantar, no entanto, se desentendeu por ciúmes e chegou em casa discutindo.

Para a família, Rodrigo relatou que Nayara passou correndo pela sala e se jogou da sacada.

Já a babá da filha de Nayara, que tinha 4 anos na época, relatou ter ouvido gritos da vítima durante a discussão e um vaso de plantas cair da sacada. Instantes depois a modelo sofreu a queda.

À reportagem, a mãe da vítima denunciou uma sequência de erros do sistema de Justiça do Chile, desde a ação da polícia à absolvição. De acordo com Eliane, ao atender o chamado dos vizinhos, que ouviram Nayara sendo agredida e pedindo por socorro, a polícia chegou no local e já a encontrou morta, no entanto, não realizaram os procedimentos necessários “não cumpriram o protocolo de morte violenta, não colheram declaração de testemunhas, não fizeram nenhuma perícia, sequer adentraram no apartamento, de onde supostamente ela teria caído”, contou.

Além dos erros policiais, Eliane ressaltou ainda falhas envolvendo a Polícia de Investigações do Chile (PDI), o Instituto Médio Legal (IML), a Fiscalía Regional Metropolitana Oriente, unidade do Ministério Público do Chile que investiga crimes, e as juízas que descartaram as testemunhas e as perícias feitas posteriormente.

Rodrigo foi solto após o julgamento do último dia 15 de julho.

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