APARECIDO CARMO
DO REPÓRTERMT
O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) concordou com o pedido da defesa de Hedilerson Fialho Martins Barbosa para que ele seja submetido a novo interrogatório na ação que investiga o assassinato do advogado Roberto Zampieri. O parecer ministerial é assinado pelos promotores Samuel Frungilo, Jorge Paulo Damante Pereira, Vinicius Gahyva Martins e Marcelle Rodrigues da Costa e Faria.
O MP também concordou com o requerimento para que a defesa tenha acesso ao relatório técnico com a análise das informações extraídas do aparelho celular do coronel Etevaldo Luiz Caçadini, que podem trazer novos elementos sobre a participação de Hedilerson no crime.
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Hedilerson e Caçadini são réus, ao lado de Antônio Gomes da Silva, pelo assassinato de Zampieri. O crime ocorreu na noite de 5 de dezembro de 2023, quando o advogado deixava o seu escritório, no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá. Ele foi morto a tiros.
Em audiência de instrução realizada no mês passado, Hedilerson negou envolvimento no crime e disse que só ficou sabendo que a sua arma tinha sido usada por Antônio para cometer o crime depois da divulgação do exame de balística. Ele também negou ter vindo a Cuiabá para trazer a arma que seria usada na execução, ao invés disso alegou que veio para participar de um torneio de tiro.
Conforme a denúncia do MP, “Antonio Gomes da Silva, utilizando-se de recurso que dificultou a defesa da vítima, auxiliado por Hedilerson Fialho Martins Barbosa, agindo ambos mediante paga e promessa de recompensa efetivada por Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas, efetuou disparos de arma de fogo contra a vítima”.
“Na noite do macabro assassinato, a vítima saiu do interior de seu escritório de advocacia e, instantes após entrar no seu veículo automotor, foi surpreendida por Antonio Gomes da Silva, que já a espreitava, oportunidade em que foi atingida por diversos disparos de arma de fogo, que causaram sua morte por choque hipovolêmico decorrente de ferimentos perfuro-contundentes”, prossegue o documento.
Um quarto elemento foi indiciado pela Polícia Civil: o fazendeiro Aníbal Manoel Laurindo. Ele teria encomendado o crime à Caçadini. A motivação, conforme a polícia, seria a disputa de uma propriedade avaliada em R$ 100 milhões na cidade de Paranatinga.
Aníbal acreditava que por ter proximidade com um desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Zampieri teria facilidade para vencer o processo.
Após o crime, o aparelho celular de Zampieri foi recolhido pela polícia e as informações acabaram chegando ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que identificou indícios de um esquema de venda de sentenças e determinou o afastamento dos desembargadores João Ferreira Filho e Sebastião Moraes Filho.