DAFFINY DELGADO
DO REPÓRTER MT
O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) denunciou o empresário Carlos Alberto Gomes Bezerra, o Carlinhos, pelos crimes de feminicídio qualificado contra a ex, Thays Machado, de 44 anos, e pelo homicídio qualificado contra o atual namorado dela William Moreno, 40 anos, em Cuiabá.
A denúncia foi feita na noite de sexta-feira (27) e encaminhada ao judiciário nesta segunda-feira (30). Quem assina é o promotor de Justiça Jaime Romaquelli. Agora, cabe à Justiça de Mato Grosso acatar e dar seguimento ao processo, tornando Carlinhos réu.
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Pela morte da advogada, Jaime Romaquelli afirmou que o crime foi cometido por motivo torpe, tendo em vista que ele não aceitar o fim do relacionamento. Além disso, contam as qualificadoras de meio cruel e perigo comum, surpresa (emboscada) e impossibilidade de defesa da vítima e feminicídio.
"Carlos Bezerra praticou o crime, com relação a vítima Thays Machado, num contexto de violência doméstica por ele alimentada, prevalecendo-se de sua superioridade física, em flagrante menosprezo à condição de mulher da vítima. (...) No caso em tela vê-se exalado o comportamento egoístico do acusado em tratar a vítima Thays como um objeto de seu uso pessoal, não admitindo que ela tivesse vida própria, amigos, liberdade no trabalho, privacidade mínima, nem mesmo sobre uma agenda de contatos no telefone", diz trecho de denúncia.
Já em relação a Willian, o promotor o empresário também vai responder pelo homicídio qualificado, também com as qualificadoras de motivo fútil, meio cruel emboscada. Para o desembargador, Carlinhos agiu de forma "covarde".
"Agiu o denunciado de forma cruel e covarde, revelando extrema perversidade, ao agredir a vítima com diversos disparos de armas de fogo, descarregando uma pistola semiautomática em área urbana de intensa movimentação de pessoas, em plena luz do dia, causando o risco de vir a atingir também transeuntes que nada tinham a ver com o seu alvo, resultando perigo comum", disse em documento.
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Ainda no documento, o promotor já solicitiu a intimação de várias testemunhas de acusação, onde estão inclusos os policiais militares que atenderam a ocorrência, delegado responsável pelo caso, amigos e familiares de Thays.
Conclusão do inquérito
O delegado Marcel Oliveira, da Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) concluiu o inquérito sobre a morte de Thays e Willian na sexta-feira.
Segundo ele, o empresário poderá pegar uma pena que gira em torno de 40 anos pelo duplo homicídio qualificado.
"E no caso temos dois homicídios qualificados, então acreditamos em uma pena de no mínimo 40 anos. Somando, inclusive, o crime de perseguição e as condutas criminosas praticadas pelo acusado”, explicou.
O crime aconteceu na quarta-feira (18), na frente do prédio onde a mãe dela mora, na região do bairro Consil. O casal tinha acabado de sair do edifício quando foi surpreendido pelo bandido que atirou diversas vezes. Eles não tiveram nem chance de ser socorridos, morreram no local.
