APARECIDO CARMO
DO REPÓRTERMT
Ivete Maria da Silva tinha 37 anos quando foi morta a tiros pelo ex-companheiro, no bairro Jardim Glória 1, em Várzea Grande. A produtora rural Raquel Cattani tinha 26 anos quando foi morta a facadas dentro da sua propriedade rural pelo ex-cunhado a mando do pai de seus filhos.
Esses são dois dos 47 casos de feminicídios registrados ao longo de 2024 no estado de Mato Grosso. O número consta no levantamento do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública, do Governo Federal com base nos dados disponibilizados pelos governos estaduais.
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O número demonstra que de cada 100 mil habitantes uma mulher foi morta, um aumento de 2,17% quando comparado com o número de casos registrados em 2023.
As cidades que lideram o ranking são Cuiabá, Várzea Grande e Sinop, com quatro casos cada uma. Em seguida, aparece Água Boa, com três casos.
Conforme o Observatório Caliandra, criado e mantido pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso, a maior parte dos casos de feminicídio foram registrados no fim de semana, principalmente sábado e geralmente no período noturno.
Apesar de os números divergirem, já que o Ministério Público aponta 32 ocorrências no estado, com base nos processos judiciais movidos em decorrência desses crimes, o levantamento permite compreender melhor o cenário de violência contra mulheres.
Entre as motivações para o crime, a principal causa apontada são “ciúme, sentimento de posse, machismo”. Em seguida, aparecem os casos em decorrência de discussões.
No ranking ainda aparecem separação ou tentativa de término, menosprezo pela condição de mulher. Os casos menos comuns são de traição e razões de ordem financeira.
O principal instrumento para os crimes são armas brancas seguidas de armas de fogo. Outras formas são armas contundentes, agressão física, fogo, intoxicação e armas perfurantes.