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Cuiabá, 30 de Dezembro de 2024
30 de Dezembro de 2024

06 de Junho de 2024, 07h:46 - A | A

POLÍCIA / CAIXA DE PANDORA

Operação do Gaeco mira policiais penais e advogados por esquema de celulares em presídios de MT

Os investigados foram afastados de suas funções.

DO REPÓRTER MT



O Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) deflagrou na manhã desta quinta-feira (6) a Operação Pandora, que mira policiais penais e advogados por esquema de ingresso de celulares em presídios de Mato Grosso, sendo beneficiadas lideranças de facções criminosas. São 43 mandados de busca e apreensão em Cuiabá, Várzea Grande e Cáceres.

Segundo o Gaeco, as ordens judiciais foram expedidas pelo juiz João Bosco Soares da Silva, do Núcleo de Inquéritos Policiais. O grupo é investigado por promover articulação para garantir a entrada de materiais ilícitos, tais como aparelhos celulares e acessórios nas unidades prisionais da Capital, obtendo, assim, vantagem econômica ilícita e causando inúmeros prejuízos à segurança pública dentro e fora do Estado.

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Conforme o Gaeco, os elementos probatórios colhidos durante a investigação demonstram que servidores do Sistema Penitenciário ingressaram e/ou facilitaram a entrada de aparelhos celulares e acessórios na Penitenciária Central do Estado, os quais eram utilizados pelos presos. Através dos dispositivos, os detentos praticavam e ordenavam vários crimes extramuros.

Consta ainda que o ingresso dos aparelhos se dava através de advogados, os quais se valiam da prerrogativa de sua profissão para entregar aparelhos celulares, componentes e acessórios durante visitas aos internos no parlatório. Os quatro advogados investigados tiveram suspenso o direito de exercício profissional por decisão judicial.

As investigações revelaram também que um freezer novo contendo sinais de violação deu entrada na PCE com a finalidade de transportar em seu interior inúmeros aparelhos celulares.

A denominação “Caixa de Pandora” é uma metáfora usada para caracterizar ações que, menosprezando o princípio de precaução, desencadeiam consequências maléficas, terríveis e irreversíveis.

Equipe

Cento e oitenta e cinco agentes de segurança da Polícia Militar e Polícia Civil participaram da operação deflagrada nesta quinta-feira (06). A movimentação começou bem cedo. Às 5h da manhã, o auditório da Procuradoria-geral de Justiça já estava lotado de agentes para as últimas orientações sobre as diligências a serem realizadas. No estacionamento do prédio, dezenas de viaturas foram posicionadas em locais estratégicos para garantir agilidade no momento da saída, que ocorreu minutos antes da 6h da manhã.

A Operação tem o apoio da Polícia Civil, através da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Veículos Automotores (DERFVA), Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Cuiabá/MT e de Várzea Grande/MT (DERF), Delegacia Especializada de Estelionato e Outras Fraudes de Cuiabá/MT, Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (DEDDICA), 1ª Delegacia de Polícia de Várzea Grande/MT, Delegacia Especializada de Defesa da Mulher, Criança e Idoso de Várzea Grande/MT e da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e da Polícia Militar, através do Comando Regional 1 (CR1), Batalhão de Operações Especiais (BOPE), Batalhão de Rondas Ostensivas Tático Móvel (ROTAM), Força Tática do CR1, Grupo de Apoio do CR1, Diretoria da Agência Central de Inteligência da PMMT.

Em nota, a Secretario de Segurança Pública (Sesp) se manifestou sobre o caso. Segue na íntegra. 

"A Secretaria de Estado de Segurança Pública tem conhecimento e apoia a ação do Gaeco, que na manhã desta quinta-feira (06.06) realizou buscas em três unidades prisionais de Cuiabá e Várzea Grande e na sede da Secretaria Adjunta de Administração Penitenciária, tendo servidores como alvos da ação.

Vale destacar que o foco das investigações não é a gestão do Sistema Penitenciário e que as buscas foram feitas em computadores e equipamentos utilizados especificamente pelos investigados.

A Sesp ressalta que aguarda informações do Gaeco para definição e adoção imediata de medidas administrativas e reforça que não coaduna com práticas criminosas e desvio de conduta na prestação de serviços à sociedade".

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