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Cuiabá, 19 de Setembro de 2024
19 de Setembro de 2024

20 de Janeiro de 2024, 08h:00 - A | A

POLÍCIA / CASO ZAMPIERI

Pistoleiro não tinha armas e inventou blitz para obrigar intermediário a emprestar pistola 9mm

Ele enganou o intermediário Hedilerson Barbosa, dizendo que tinha perdido o armamento em uma blitz, fazendo com que ele trouxesse a pistola 9 mm dele para Cuiabá

CHRISTINNY DOS SANTOS
JOÃO AGUIAR



O pistoleiro Antônio Gomes da Silva afirmou, em depoimento à Polícia Civil, que não tinha armas quando foi contratado para matar o advogado Roberto Zampieri. Ele enganou o intermediário Hedilerson Barbosa, dizendo que tinha perdido o armamento em uma blitz, fazendo com que o homem trouxesse a própria pistola 9mm para Cuiabá.

Antônio Gomes foi contratado pelo instrutor de tiro Hedilerson Barbosa para matar Zampieri. A execução aconteceu no dia 05 de dezembro do ano passado, no Bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá, e toda a ação foi filmada por várias câmeras de segurança.

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Em vídeo do depoimento ao qual o RepórterMT teve acesso, o pistoleiro contou que mentiu para Barbosa, dizendo estar em Cuiabá com duas armas. Quando o intermediário disse que estava se deslocando para a capital, o executor precisou elaborar um plano para justificar a inexistência do armamento, quando teve a ideia da falsa blitz.

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Acusada de mandar matar Zampieri foi solta porque pistoleiro citou "homem com sotaque italiano

"Aí, eu falei para ele que eu tinha duas armas aqui, mas na verdade eu não tinha merda nenhuma. Ele falou 'vou para aí'. E nesse meio tempo eu falei: tenho que bolar alguma coisa. Quando eu vi que ele vinha mesmo, eu liguei para ele e falei: 'véi' aconteceu uma tragédia, perdi minhas armas em uma blitz", relatou Antônio.

Então, sem tempo para conseguir outra arma, Hedilerson se viu obrigado a trazer a própria pistola para a cidade. "'Nossa, parece que não dá tempo, então vou ter que levar a minha arma'. E eu falei: 'aí você vê o que você pode [fazer]'", contou o pistoleiro, narrando trecho da conversa que teve com o intermediário.

Barbosa, que já havia comprado uma passagem de avião para Cuiabá, mudou os planos. Para se deslocar com a arma até a Capital, ele foi até a Polícia Federal do Minas Gerais solicitar a guia de trânsito. Conforme Antônio, Hedilerson solicitou a documentação no dia 1° de dezembro para conseguir a liberação no dia 04. A execução aconteceu no dia 05 de dezembro.

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Prisões

A empresária Maria Angélica Caixeta Gontijo foi presa na cidade de Patos de Minas, no sudeste mineiro, no dia 20 de dezembro. No momento da prisão, ela estava com uma pistola 9mm, do mesmo calibre que o utilizado no homicídio do advogado. Interrogada, a investigada negou as acusações.

O coronel do Exército, Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas, foi preso no dia 15 de janeiro de 2024, em Belo Horizonte (MG), apontado como financiador da execução. Em um primeiro depoimento ele permaneceu em silêncio. O coronel foi transferido para Cuiabá na quarta (17) e, caso necessário, irá prestar um novo depoimento.

Antonio, o executor, foi preso na cidade de Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte (MG). O mandado de prisão foi cumprido pela Delegacia de Homicídios da capital mineira em apoio à Polícia Civil de Mato Grosso, que investiga o crime ocorrido contra o advogado.

Hedilerson Fialho Martins Barbosa foi preso no dia 22 de dezembro, na região metropolitana de Belo Horizonte.

Maria Angélica, Antonio e Hedilerson foram transferidos para Cuiabá no dia 21 de dezembro.

O crime

O assassinato aconteceu no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá, no dia 05 dezembro. Zampieri foi assassinado com nove tiros, dentro do próprio carro, uma Fiat Toro, quando saía do escritório. O bandido ficou de tocaia, esperando o advogado sair.

Em vídeos é possível ver a Fiat Toro estacionada na Rua Topázio. Quando o advogado entra no veículo, é seguido pelo bandido, que estava todo de preto. Ele se aproxima e atira várias vezes.

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