MAYARA MICHELS 11h15
DA REDAÇÃO
O delegado Márcio Pieroni, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que comanda as investigações sobre a morte da estudante Eiko Uemura, 23, reafirmou nesta segunda-feira (31), que Eiko foi assassinada (ela foi jogada no abismo do Portão do Inferno) no dia 23 de abril de 2009. "Trabalhei em cima deste caso, estudei cada detalhe, por isso que afirmo com toda a certeza que ela foi assassinada", afirmou Pieroni.
Essa morte esta sendo marcada por muitas revelações como furto de jóias e relógios de luxo, amores secretos, negócios ilícitos e envolvimento em um suposto esquema chefiado pelo tio, o empresário Júlio Uemura, que chegou a ser preso pelo Gaeco.
A estudante era dona da empresa Eikon Atacado de Alimentos, que, segundo o Gaeco, seria utilizada pela Organização Uemura para praticar crimes. O grupo seria especializado em aplicar golpes financeiros no comércio de Cuiabá e de várias cidades de Mato Grosso.
Eiko teria sido ameaçada de morte, caso contasse como funcionava o esquema, supostamente chefiado por Júlio Uemura. Ela foi morta poucos dias antes de prestar depoimento sobre o caso na Justiça.
IML
Dionísio José Bochese Andreoni e Jorge Caramuru foram responsáveis pelo laudo exumatório e, juntos, concluíram que a estudante foi espancada, teve fraturas na coluna cervical e, depois, foi arremessada do Portão do Inferno, no Parque Nacional de Chapada dos Guimarães (40 km ao Norte de Cuiabá). A exumação foi realizada 31 dias após o corpo da jovem ter sido encontrado.
Promotor afirma tese de suicídio
Para o promotor de Chapada dos Guimarães (60 km de Cuiabá), César Danilo Ribeiro de Novais, as fotografias da região dorsal do corpo de Eiko mostram "apenas escoriações múltiplas e lineares e, não lesões contusas". Além disso, ele destacou que a conclusão de que a jovem teria sido arremessada não subsiste, por entender que o trajeto percorrido pelo corpo sugere pessoa viva.
"As lesões corporais sofridas por Eiko são devidamente justificadas pela precipitação. Ou seja, as graves lesões da coluna são pertinentes ao trauma da queda do corpo (vivo) no precipício. Assim, guardado o devido respeito, as conclusões constantes no Laudo Exumatório são contrárias às demais provas dos autos e um tanto quanto desgarradas da Medicina Legal", diz outro trecho do parecer.