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Cuiabá, 31 de Outubro de 2024
31 de Outubro de 2024

29 de Dezembro de 2010, 16h:30 - A | A

POLÍTICA /

Família teve que comprar aparelho de R$ 1,5 mil para PS operar acidentado



ANDRÉ MICHELLS
DA REDAÇÃO

No último fim de semana, um rapaz acidentado de moto precisou de uma cirurgia devido ao traumatismo craniano encefálico sofrido. Levado ao Pronto Socorro pelo SAMU, o jovem teria padecido, não fosse a união da família que se esforçou para comprar um equipamento chamado Craniótomo, usado para abrir a calota craniana, em casos de edema cerebral e outros traumas graves. O aparelho custou R$ 1.500,00.

Segundo fontes ligadas a família do rapaz, o hospital não dispunha de tal equipamento, pelo menos não em condições de uso. A família, em pleno domingo, 26 de dezembro, achou o representante da empresa que comercializa tal aparelho e fez a compra. Com o aparelho em mãos a cirurgia foi realizada.

O acidentado, agora, está em situação estável, removido para a UTI do PS de Várzea Grande, porque no PS de Cuiabá não havia vagas. Por meio da assessoria de imprensa, o diretor técnico da Secretaria de Saúde de Cuiabá, Roberto Bicudo, negou o ocorrido.

'Todas as cirurgias são feitas normalmente nestes casos e não há relato técnico sofre a falta do equipamento na unidade hospitalar", disse.

A assessoria informou que caso seja comprovado, a família pode requerer o ressarcimento da despesa com o aparelho. Mas a questão é muito mais profunda. Não se trata de dinheiro e sim de descaso.

Teria a mesma sorte alguém sem recursos para comprar tal equipamento? Em Cuiabá, 70% dos acidentados de trânsito, que dão entrada no PS, são motociclistas. Muitos com traumas graves como o deste rapaz citado.

A situação no PS é complicada há vários anos. A falta de investimentos ao longo dos anos e o constante desvido de recursos para outros fins, aliados à má gestão, transformaram o Pronto Socorro numa bomba relógio prestes a explodir.

Nesta semana veio à tona a morte de cinco bebês que estavam na UTI Neonatal do hospital. As crianças morreram por choque séptico e insuficiência respiratória e hepática.

A UTI está fechada desde segunda-feira (27). Os exames apontam para infecção por bactérias. De acordo com o infectologista e coordenador da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Pronto-Socorro, Luciano Ribeiro, até o momento foram registrados a presença da bactéria em três casos, sendo uma morte confirmada por infecção na corrente sanguínea.

 

 

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