KARINE ARRUDA
DO REPÓRTER MT
Alguns funcionários da empresa terceirizada Bem Estar, que presta serviço para a Prefeitura de Cuiabá, foram até a Câmara de Vereadores na manhã desta terça-feira (03) protestar por conta dos atrasos nos pagamentos de salários por parte da empresa. Segundo eles, há trabalhadores com até sete meses de salários atrasados. A prefeitura alega ter feito os repasses à empresa, porém a Bem Estar nega ter recebido qualquer quantia.
À imprensa, um dos funcionários, identificado como Luciano Arruda Duarte, contou que está há seis meses sem receber o pagamento e que, além dele, há outros colegas que não recebem salário há sete meses. Luciano também alega que a empresa e a prefeitura têm feito um jogo de “empurra-empurra” com os trabalhadores, em que um diz ter pago pela prestação de serviço e o outro diz não ter recebido.
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“Estou aqui com meus companheiros de luta que estão há mais de seis meses [sem salário]. Tem gente de sete meses sem receber salário e a empresa declarou falência porque diz que a prefeitura não repassou nada para ela. Nós chegamos aqui e os vereadores falaram que a prefeitura repassou. É um jogo para lá e para cá”, acusou.
Irritado com a situação, Luciano ainda indagou onde estaria o prefeito da cidade, Emanuel Pinheiro (MDB), diante dessa situação. Aos gritos, o trabalhador pediu socorro aos vereadores.
“Nós estamos devendo, moramos de aluguel, trabalhamos, suamos e vestimos a camisa. Cadê você, Emanuel Pinheiro? Pague esse povo! O povo quer passar o Natal e o Ano Novo com uma ceia bonita. Você está bem, você está rico, rapaz, mas e o trabalhador que ‘ralou’? Olha por esse povo. Vereadores, socorro! O povo da Bem Estar pede socorro pelos seus salários”, gritou.
Outro funcionário, que exerce funções administrativas na empresa, disse ainda que alguém estaria mentindo, já que a empresa decretou falência alegando não ter recebido o pagamento por parte da prefeitura e a prefeitura diz ter feito os pagamentos conforme necessário.
“Nós temos férias para receber. Fomos lá tentar fazer acordo com a empresa, mas eles falaram para gente que não tem o repasse da prefeitura. Então, fomos até a prefeitura. Chegando lá, eles falaram que já tinham feito o repasse. Quem está mentindo? Queremos os nossos direitos”, disse Tiago Williamson.
Em outro momento, ainda durante o protesto, a funcionária Tatiane Lemes dos Santos, que também trabalha no administrativo da empresa, disse estar indignada com a situação, já que está há três meses sem receber o salário e não sabe mais o que fazer para pagar as contas que vencem no dia 10.
“Eu tenho três filhos, moro de aluguel e não aguento mais. Eu estava lá [na empresa] todos os dias, 7h da manhã e saía 17h da tarde, fazendo o meu trabalho. Então, eu preciso receber”, reforçou.
“A gente tem que pensar no que vai comer hoje. Esses dias, eu não tinha dinheiro pra comprar uma tubaína. Fiquei revoltada dentro da minha casa, fiquei revoltada”, disse. “Eu não sei o que eu vou fazer dia 10 para pagar meu aluguel, minha ceia de Natal com a minha família, não sei”, acrescentou.
Na última semana, alguns funcionários protestaram em frente à sede da empresa, no bairro Boa Esperança. Porém, segundo eles, a empresa chamou a polícia para retirá-los do local.
O 
entrou em contato com a Prefeitura de Cuiabá, que informou por meio de nota que os pagamentos feitos à empresa Bem Estar estão dentro do prazo legal estabelecido no contrato. Ela destacou ainda que não possuí ligação direta com a contratação, demissão ou pagamento dos funcionários da empresa.
Confira a nota da íntegra:
- Está dentro do prazo legal de medição e pagamento da nota de serviços prestados pela empresa Bem-Estar Ltda atendendo a prazo descrito contratualmente;
- Destaca que não possui gestão direta sob a contratação, demissão ou pagamento dos funcionários que possuem vínculo empregatício com a prestadora de serviço;
- Afirma ainda que todos os contratos são publicizados e seguem os ritos legais.
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