DA REDAÇÃO
O Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado) solicitou que a juíza Selma Rosane Arruda, titular da Sétima Vara Criminal de Cuiabá, encaminhe ao Naco (Núcleo de Ação de Competências Originárias), o depoimento do empresário Walter Dias Magalhães, dono do Soy Group Holdin America Ltda, apontado como comparsa do ex-vereador João Emanuel, já que ambos são investigados em um esquema de fraudes milionárias. O objetivo seria apurar uma suposta negociação de sentença por parte do ex-vereador.
Além disso, a solicitação é de que o depoimento também seja encaminhado à Corregedoria Geral de Justiça, responsável por investigar os magistrados no âmbito administrativo.
Chama a atenção, os fatos de o Naco ser um órgão ligado ao Ministério Público Estadual responsável pela investigação de pessoas com prerrogativa de foro privilegiado, no estado. Além disso, a solicitação é de que o depoimento também seja encaminhado à Corregedoria Geral de Justiça, responsável por investigar os magistrados no âmbito administrativo.
João Emanuel já teve outros três pedidos de prisão feitos pelo Ministério Público, sendo um pela Operação Aprendiz 1, outro pela Aprendiz 2, um em processo por lavagem de dinheiro e outro pela Operação Assepsia.
Em depoimento, Walter revelou que João Emanuel havia tentado subornar um magistrado para negociar um terreno na Avenida do CPA.
"Que João Emanuel não disse para qual juiz havia pago, nem mesmo o valor que custou a referida decisão. Que a negociação com o aludido terreno não foi adiante, no entanto João Emanuel passou a frequentar o escritório do interrogando", diz trecho do depoimento.
João Emanuel, que cumpre prisão domiciliar pela deflagração da Operação Castelo de Areia, que desmantelou o esquema que já teria lesado cerca de 20 pessoas, em ao menos R$ 2 bilhões, já teve outros três pedidos de prisão feitos pelo Ministério Público, sendo um pela Operação Aprendiz 1, outro pela Aprendiz 2, um em processo por lavagem de dinheiro e outro pela Operação Assepsia.
A juíza Selma Rosane decretou a prisão pelo processo de lavagem de dinheiro, e conforme o resultado de exames médicos, o ex-vereador pode perder o benefício da prisão domiciliar e ir para a cadeia a qualquer momento.
Vale lembrar que a Operação Assepsia, deflagrada em 2013, investigava venda de sentença, para a soltura de traficantes presos pela Polícia Federal em conjunto com o Grupo na Operação Mayá, realizada no município de Porto Esperidião, em Mato Grosso.
A participação de João Emanuel na venda de sentenças teria ficado comprovada por meio de interceptações telefônicas.