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Cuiabá, 06 de Novembro de 2024
06 de Novembro de 2024

29 de Julho de 2012, 11h:49 - A | A

OPINIÃO / GABRIEL NOVIS NEVES

Chapada dos Guimarães

GABRIEL NOVIS NEVES



É um pequeno lugar onde a natureza guardou tudo que tinha de mais belo, e nos ofertou.

O primeiro presente que a cidadezinha ganhou, foi a sua proximidade com a minha Cuiabá.

O percurso mais utilizado para chegar lá é por uma rodovia asfaltada de mão dupla, sem acostamento, para liberar adrenalina nos seus turistas.

É um dos mais belos cartões postais que conheço - todo trabalhado pela natureza.

O cuiabano quando vai à Chapada sempre leva um agasalho, pois a temperatura lá é muito branda e nós sentimos frio abaixo dos 40º da capital eterna de Mato Grosso.

A subida da serra é uma delícia de se contemplar: cerrado, campo, mata alta, rochas, chapadão, crateras, cachoeiras, quedas de água permanentes - que dão origem a um dos troféus da região, que é o Véu da Noiva.

Como diz o filósofo Villa, não é para se desprezar as belezas das cachoeiras-relâmpagos, que são produzidas apenas para o escoamento das águas das chuvas. Terminou o período das chuvas, essas cachoeiras-relâmpagos desaparecem.

Chegar à Chapada é como chegar a um museu de artes. Suas esculturas maravilhosas, às vezes provocantes para os mais conservadores, estão localizadas após o Portão do Inferno, local mais perigoso da rodovia. Uma imensa rocha, de idade milionária, em forma de um fálico, constrange até hoje pessoas, e são motivos de perguntas infantis, querendo saber se aquilo é um bingolim.

As cachoeiras da Chapada se destacam, não pela altitude da queda das suas águas, nem pelo seu volume. O diferencial está na sua elegância inimitável. Uma fita de água branca despencando com tanta disciplina, que só notamos o seu impacto ao tocar com as águas que aguardam o seu abraço, produzindo nuvens de sedução.

O silêncio barulhento da natureza com a sua sinfonia inimitável - que me perdoem os gênios da humanidade.

Uma verdadeira orquestra de ventos, choque das águas, pássaros ornamentais, o ruído dos animais do chão, como o produzido pelo som de uma cobra fugindo na mata.

A lagoa azul é uma obra de arte construída pelas rochas de um azul mais belo que conheci. Rochas, verdes, sol, matas, flores, riachos, animais silvestres, a lua chegando e nós chegando à cidade de Chapada.

A Igrejinha da época da fundação de Cuiabá e toda uma história no seu percurso. Assim vejo a sofisticada, hoje, Chapada, com os seus restaurantes de luxo e condomínios de gente rica, que decidiu adotar a cidade mais romântica e conhecida de Mato Grosso, como o seu berço de paz.

GABRIEL NOVIS NEVES é médico em Cuiabá, foi reitor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

A redação do RepórterMT não se responsabiliza pelos artigos e conceitos assinados, aos quais representam a opinião pessoal do autor.

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