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Cuiabá, 05 de Fevereiro de 2025
05 de Fevereiro de 2025

16 de Dezembro de 2015, 09h:20 - A | A

OPINIÃO /

Microcefalia

Outras causas mais prováveis para o surto da doença não estão sendo mencionadas.

CELIO PEZZA



Microcefalia é uma doença em que as crianças nascem com a cabeça e o cérebro menores que o normal, influenciando no seu desenvolvimento mental. Aqui no Brasil estamos observando um aumento considerável da doença, em especial, nos estados do Nordeste, e muitos profissionais da saúde têm relacionado esse surto de microcefalia com o Zika vírus, transmitido pelo mosquito Aedes Aegypti, o mesmo transmissor da dengue.

As causas do aumento da doença no Brasil estão caindo sobre o mosquito, enquanto outras, mais prováveis, não estão nem sendo mencionadas, pois contrariam os interesses de grandes empresas. Óbvio que a guerra contra o mosquito é importante e já deveria ter sido feita desde muitos anos atrás, mas o ponto central é: será que o mosquito é o causador das microcefalias?

O geneticista e ambientalista canadense David Suzuki tem alertado que alimentos geneticamente modificados e os agrotóxicos podem aumentar consideravelmente os casos de tumores cancerígenos, Mal de Parkinson, Alzheimer e microcefalias. Dentre esses produtos, o uso sem controle do herbicida 2,4-D (ácido diclorofenoxiacético) e do glifosato (Roundup da Monsanto), podem estar ligados ao surto de microcefalias no Nordeste.

Esse agrotóxico é um dos mais utilizados no Brasil, sendo aplicado nas culturas de arroz, café, cana-de-açúcar, milho, pastagem, soja, sorgo, trigo e outras. Esses produtos são altamente tóxicos e seu uso proibido em países como Dinamarca, Suécia, Noruega e outros.

Importante observar que a presença dos venenos diz respeito igualmente ao campo e à cidade, pois o agrotóxico tem a propriedade de permanecer por muito tempo no ambiente e ser carregado por longas distâncias, pelo vento e pela água. Na verdade, temos uma situação de descontrole pela falta de fiscalização, corrupção, falta de conhecimento e as grandes multinacionais que fabricam esses venenos dominam a mídia e as decisões sobre sua utilização.

Também a ANAC é omissa no tema da pulverização aérea, permitindo que aeronaves particulares pulverizem as plantações sem observar margens de segurança em relação a recursos hídricos e áreas habitadas. Para completar esse quadro temos um enorme contrabando de agrotóxicos proibidos. O médico geneticista e pesquisador argentino, Andrés Carrasco, publicou uma pesquisa científica, em 2009, mostrando sérios efeitos do glifosato na ocorrência do nascimento de bebês com microcefalia e outras deformações.

 

Infelizmente, esses estudos nunca tiveram o impacto que deveriam e o ser humano continua destruindo de forma acelerada o meio ambiente, sua saúde e as gerações futuras.

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