DO REPÓRTERMT
Para o analista político João Edisom a derrota do deputado estadual Lúdio Cabral (PT) na disputa pela Prefeitura de Cuiabá reflete a péssima situação do Partido dos Trabalhadores em Mato Grosso. No estado, o PT não elegeu nenhum prefeito e apenas 21 vereadores, conforme as informações disponíveis no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“O (resultado do) PT, para mim, é um grande fracasso. Desde 2014 ele vem descendo. Boa parte das pessoas que votaram no Lúdio, votaram no Lúdio, não votaram no PT. O número de votos do PT aqui está caindo cada vez mais”, diz o analista.
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Para fins de comparação, em 2020 o candidato do PT na eleição municipal de Cuiabá foi o advogado Julier Sebastião, que teve 8.409 votos. A última votação expressiva da legenda na Capital foi em 2012, quando Lúdio Cabral fez 140.798 votos e perdeu o segundo turno para Mauro Mendes, à época no PSB.
Na eleição deste ano, Cabral alcançou 147.127 votos contra o prefeito eleito Abilio Brunini (PL), o equivalente a 46,20% dos votos válidos.
Para João Edisom, o PT vive um momento delicado e já não encontra conexão com o eleitorado. Prova disso, diz ele, é que Lúdio tentou se desvincular do partido.
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“A sigla PT está em decadência. Não foi o PT que ganhou a Presidência da República, foi o Lula. O PT por si só não ganharia e aqui foi o mesmo processo, tanto que durante a própria campanha do Lúdio ele disse que o cara votava nele, que o cara que não votava no PT votava nele. Essa foi a propaganda: ‘eu não voto no PT, voto no Dr. Lúdio’”, disse.
João Edisom acredita que a crise enfrentada pelo partido se deva a dificuldade de adaptar o seu discurso aos tempos modernos, mantendo-se preso às suas origens.
“Não houve crescimento do PT, ao contrário, ele enquanto sigla está encolhendo cada vez mais. Até porque eles estão fazendo os mesmos discursos, dos mesmos modos que faziam no início dos anos 1990. Não teve evolução, é um partido que deixou de evoluir há muitos anos”, conclui.
Dentre todas as capitais brasileiras, a única onde o PT conseguiu eleger um prefeito foi Fortaleza, no Ceará, mesmo assim num confronto muito difícil contra o candidato do PL, que foi prejudicado pela rejeição ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na região.