DA REDAÇÂO
O chefe de gabinete do prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro (MDB), Antônio Monreal Neto, preso na manhã desta terça-feira (19) alvo da Operação Capistrum, teria impedido diligências do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) na Secretaria Municipal de Saúde.
A prisão temporária foi decretada pelo desembargador Luiz Ferreira da Silva, com prazo de cinco dias. Após a data, segundo o magistrado, Antônio deve ser colocado em liberdade, caso não haja novo pronunciamento judicial.
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Segundo o Ministério Público Estadual (MPE), Neto acompanha o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) desde a época da Assembleia Legislativa (ALMT), quando o chefe do Executivo era deputado estadual.
O MPE aponta que, quando tentou apurar contratações e pagamentos de verbas irregulares na pasta, o chefe de gabinete deu ordem para que os servidores não prestassem informações ou apresentassem documentos aos investigadores.
Ao pedir autorização para as buscas e apreensões, o órgão ministerial afirmou que a simples requisição de documentos aos suspeitos não seria suficiente, já que Neto já impediu a fiscalização anteriormente.
"[...] É forçoso reconhecer que a simples requisição de documentos aos envolvidos na suposta empreitada criminosa seria completamente inócua e serviria apenas para alertá-los da perquirição inquisitorial, [...] eis que houve empecilho por parte do investigado Antônio Monreal Neto quando membros do GAECO tentaram ouvir os servidores da Secretaria de Saúde de Cuiabá e acessar documentos diretamente nos órgãos públicos com o objetivo de exercer seu papel fiscalizatório", diz trecho da decisão.
Operação Capistrum
O MPE e a Polícia Judiciária Civil cumpriram nesta terça mandados de busca e apreensão em desfavor de Emanuel, da primeira-dama Márcia Pinheiro, da secretária-adjunta de Governo, Ivone de Souza e do ex-coordenador de Gestão de Pessoas, Ricardo Aparecido Ribeiro.
O desembargador Luiz Ferreira também determinou o bloqueio de R$ 16 milhões das contas dos investigados e o afastamento de Emanuel, Antônio e Ivone dos cargos, sem prejuízo da remuneração de cada um.
O chefe do Executivo municipal afirmou que deve recorrer da decisão e apontou que vai colaborar com a investigação dos fatos.