KAROLLEN NADESKA
DA REDAÇÃO
Investigado por supostas irregularidades na rede de postos de combustíveis, o empresário Gerson Marcelino Mendonça Júnior, popularmente conhecido como “Júnior Mendonça”, disse desconhecer atuação de facções criminosas como o PCC (Primeiro Comando da Capital) e CV (Comando Vermelho), nas fontes fiscais do seguimento no Estado. No entanto declarou que um grupo de empresários pode estar usando empresas laranjas para sonegar impostos.
A declaração foi feita durante oitiva, na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Renúncia e Sonegação Fiscal realizada na tarde desta quinta-feira (29), na Assembleia Legislativa.
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No entanto, o empresário denunciou que há pelo menos 15 postos atuando de forma irregular sem a emissão de licenças.
Questionado pelo membro da comissão, deputado Carlos Avallone (PSDB), Mendonça negou ter qualquer informação da participação de criminosos de alta periculosidade com rede de postos no Estado.
Em seguida o empresário considerou do presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Mato Grosso (SindiPetróleo), Aldo Locateli, sobre o envolvimento do PCC e CV no ramo dos combustíveis, como infundada.
“Sinceramente desconheço. Quando vi, através das redes de comunicação, essa fala do nosso presidente do Sindicato [Aldo Locateli], não só eu como vários revendedores não entenderam de onde ele tirou essa colocação”.
“Eu nunca ouvir dizer que teria participações de facções criminosas dentro do seguimento”, acrescentou.
No entanto, o proprietário da Amazônia Petróleo levantou a suspeita de que pode estar havendo um grupo de empresários usando empresas laranjas para sonegar impostos.
“O que é muito estranho no setor é que temos um número de postos que realmente atuam sem qualquer licença de operação, em nome de laranja. Ainda existe combustível sem procedências. Só que não chegou para mim que isso aí seria facção por trás do negócio”, explica.
Além disso, segundo Mendonça, a “realidade” do setor de combustíveis é frustrante, devido aos postos que atuam de forma irregular.
O proprietário da Comercial Amazônia de Petróleo é alvo da CPI da Renúncia e Sonegação Fiscal proposta pelo deputado tucano Wilson Santos, e apura valores que ultrapassam rombo de R$ 2 bilhões ao ano. Ele também é delator da Operação Ararath que investigou um grande esquema de corrupção no Estado envolvendo dezenas de políticos, entre eles os ex-governadores Silval Barbosa e Blairo Maggi, além de deputados e ex-deputados, entre outros.