FERNANDA ESCOUTO
APARECIDO CARMO
A denúncia de que alguns vereadores de Cuiabá teriam sido eleitos com o apoio de facções, não deve ser apurada pela Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR), da Câmara Municipal. A afirmação é da presidente da comissão, Samantha Iris, que destacou que a investigação ficará por conta apenas da polícia.
“Eu não vou entrar nessa discussão, porque agora o meu momento aqui é tratar e falar das comissões. Já passou essa hora dessa discussão em relação aos vereadores. Eu acho que aí já é competência da polícia. Então aqui para mim é um assunto que se esgotou, as denúncias foram feitas. O que deveria ter sido levado à polícia foi levado para polícia”, disse a vereadora à imprensa nesta quinta-feira (9).
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Em novembro do ano passado, o prefeito Abilio Brunini (PL) denunciou que vereadores teriam sido eleitos com o apoio financeiro de criminosos. Ele disse ainda que alguns parlamentares, cujos nomes não foram citados, relataram terem recebido propostas de R$ 200 mil para votar na Mesa Diretora seguindo a orientação de uma facção.
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O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), por meio do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), instaurou procedimento para investigar a denúncia.
À época, o procurador de Justiça Domingos Sávio chegou a dizer que a denúncia feita por Abilio não era leviana e não poderia ser encarada como discurso político.
“O crime organizado, de fato, vem se mobilizando em todo o Brasil, para cada vez mais se embrenhar nas estruturas da administração pública, em geral. Os líderes das organizações criminosas se convenceram de que é por demais importante para os seus negócios estender tentáculos nas entranhas dos Poderes”, pontuou Domingos.
“A denúncia feita por Abilio não surpreende na medida em que é notória a movimentação das organizações criminosas, visando ocupar espaços na administração pública”, completou.
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