MAJU SOUZA
DA REDAÇÃO
A Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) concedeu, por unanimidade, habeas corpus ao empresário Frederico Müller Coutinho, conhecido como “Dom”, na tarde desta quarta-feira (14), em sessão do Pleno.
Ele foi preso pela Operação Mantus, da Polícia Judiciária Civil (PJC), acusado de comandar a organização criminosa Ello/FMC, que atua no jogo do bicho do Estado.
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Müller Coutinho foi detido, em 29 de maio, pela Gerência de Combate do Crime Organizado (GCCO). Na época, foram presos diversos membros da Ello/FMC e organização rival, Colibri, comanda por João Arcanjo Ribeiro e seu genro, Giovanni Zen Rodrigues. Todos respondem por lavagem de dinheiro e atuação no jogo do bicho.
desembargador Rui Ramos Ribeiro apontou que o empresário possui antecedentes favoráveis à sua soltura e que “medidas são suficientes para evitar as atividades” ilícitas.
A defesa de Frederico foi feita pelos advogados João de Souza Salles Junior e Tadeu Trevisan. Eles argumentaram que o cliente não oferece risco para a decorrência do processo, nem a ordem pública e que ele não possui antecedentes criminais.
O relator do processo, desembargador Rui Ramos Ribeiro apontou que o empresário possui antecedentes favoráveis à sua soltura e que “medidas são suficientes para evitar as atividades, a prisão não é a única forma”, constatou.
Já o desembargador Gilberto Giraldelli, acompanhou o voto do relator e lembrou que a Câmara já havia concedido à soltura do grupo “rival”, incluindo um dos líderes que seria Giovanni Zem. O desembargador Juvenal Pereira da Silva seguiu os colegas.
Agora, João Arcanjo é o único réu da ação que continua preso.
Operação Mantus
A Polícia Judiciária Civil, por meio da Delegacia Especializada de Fazenda e Crimes Contra a Administração Pública (Defaz) e da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), deflagrou a Operação Mantus para prender duas organizações criminosas, responsáveis por comandar o jogo do bicho no Estado, a Colibri e a Ello/FMC.
Os investigadores cumpriram 63 mandados judiciais, sendo 33 de prisão preventiva e 30 de busca e apreensão domiciliar, expedidos pelo juiz da 7ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá, Jorge Luiz Tadeu.
As ordens judiciais foram cumpridas em Cuiabá, Várzea Grande e em mais cinco cidades do interior de Mato Grosso. Um dos alvos foi preso no Aeroporto Internacional de Guarulhos, com apoio da Polícia Federal.
As investigações iniciaram em agosto de 2017, conseguindo descortinar duas organizações criminosas que comandam o jogo do bicho no Estado de Mato Grosso, e que movimentaram em um ano, apenas em contas bancárias, mais de R$ 20 milhões.
A Colibri é liderada por João Arcanjo Ribeiro e seu genro Giovanni Zem Rodrigues, já a Ello/FMC é liderada por Frederico Muller Coutinho.