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Cuiabá, 04 de Julho de 2024
04 de Julho de 2024

02 de Julho de 2024, 15h:15 - A | A

POLÍCIA / GRUPO DE EXTERMÍNIO

Após ser denunciado, policial responsável pelo Gabinete de Segurança do MP renuncia ao cargo

O coronel é acusado de integrar um grupo que matou diversos criminosos para subir de cargo nas corporações.

THIAGO STOFEL
REPÓRTERMT



O responsável pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI), do Ministério Público de Mato Grosso (MPE), o coronel Paulo César da Silva apresentou pedido de renúncia do cargo na Procuradoria Geral do Estado, nessa segunda-feira (1º). O policial foi alvo da “Operação Simulacrum”, que investiga o grupo agentes que teria matado criminosos simulando confrontos policiais.

O coronel alega que tomou tal decisão para assegurar que o MP tenha total liberdade e tranquilidade na apuração dos fatos, "evitando qualquer dúvida quanto à possível interferência de minha parte nesse processo.

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"Na oportunidade em que cumprimento Vossa Excelência, venho por meio desta manifestar meus mais sinceros agradecimentos ao senhor e a toda equipe do Ministério Público Estadual pela confiança em mim depositada ao longo do período em que tive a honra de contribuir para esta respeitável instituição. Durante o tempo em que estive integrado ao Ministério Público, pude vivenciar e colaborar com a missão de promover a justiça e melhorar o serviço público prestado à sociedade. A experiência e o aprendizado adquiridos serão sempre valorizados e carregados comigo em minha trajetória profissional", diz outro trecho do pedido. 

Paulo é suspeito de der um dos participantes de uma das execuções forjadas, de acordo com um delator. Segundo a denúncia do MP, ele teria acompanhado alguns policiais que estavam juntos de alguns criminosos que foram executados por policiais militares.

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O grupo de extermínio seria composto de policiais do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), Força Tática, e Rotam.

No dia 28 de junho deste ano, o Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) pediu a prisão de 17 policiais militares acusados de forjarem confronto para matarem pessoas e se promoverem na corporação. O juiz Jorge Alexandre Martins Ferreira, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, aceitou a denúncia contra os agentes, mas negou o pedido de prisão.

Segundo o MP, o grupo teria atuado na morte de 23 pessoas, em Cuiabá e Várzea Grande, além da tentativa de nove vítimas que conseguiram sobreviver.

O MPMT afirma que o grupo de PMs agia por meio da ajuda de Ruiter Cândido. O segurança confessou a condição de cooptador e confirmou as suspeitas de que essas situações eram “armadas” em conjunto com policiais militares, visando arrebatar indivíduos com ou sem passagens criminais, com a “estória cobertura” de que realizariam assaltos altamente lucrativos em locais de fácil acesso, quando na verdade eram atraídos para verdadeiras emboscadas para, em encenada situação de “confronto”, serem executados sumariamente, sem chance de reação ou defesa.

No presente caso, embora a materialidade delitiva esteja estampada nos laudos periciais de necropsia, bem como a presença de indícios suficientes de autoria delitiva ante os documentos amealhados no inquérito policial, verifico que os fatos imputados aos implicados ocorreram há mais de quatro anos”, destacou o magistrado.

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