CAMILA PAULINO
DA REDAÇÃO
A primeira audiência de instrução e julgamento dos quatro acusados de cometer a chacina na Gleba de Taquaruçu do Norte, em Colniza (a 1.065 km de Cuiabá), iniciada nesta segunda-feira (27), durou cerca de 12 horas e 12 testemunhas foram ouvidas pelo juiz Ricardo Frazon Menegucci, da Vara Única de Colniza, responsável pelo caso.
De acordo com a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça (TJ), durante a audiência, que ocorreu no Fórum de Colniza, foram ouvidas as sete testemunhas de defesa e as cinco de acusação. Depois, outras três testemunhas de acareação também foram novamente ouvidas.
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De acordo com o TJ, a defesa de um dos réus solicitou que duas testemunhas fossem substituídas, mas o juiz indeferiu o pedido.
O magistrado acatou a solicitação das testemunhas para que os réus fossem retirados da sala durante a audiência.
Ainda falta coletar os depoimentos de outras testemunhas fundamentais para o processo, entre elas um policial civil da cidade, que estava viajando, e outras seis testemunhas que moram em Rondônia e serão ouvidos por meio de carta precatória. Após este trâmite o juíz deve marcar novas audiências para ouvir os réus, para então concluir o processo e proferir a decisão.
Cerca de 30 pessoas acompanharam a audiência do lado de fora do Fórum, que foi transmitida em um telão.
São réus no processo o empresário do ramo madeireiro Valdelir João de Souza, de 41 anos, apontado como mandante do crime, o ex-sargento da Polícia Militar de Rondônia, Moisés Ferreira de Souza, e também Ronaldo Dalmoneck, Pedro Ramos Nogueira e Paulo Neves Nogueira, sendo que estes dois últimos são tio e sobrinho.
O massacre vitimou nove pessoas que viviam na área rural no distrito de Guariba, que fica a cerca de 300 km de Colniza, no dia 19 de abril deste ano.
As vítimas foram identificadas por Izaul Brito dos Santos, de 50 anos, Ezequias Santos de Oliveira, 26 anos, Samuel Antônio da Cunha, 23 anos, Francisco Chaves da Silva, 56 anos, Aldo Aparecido Carlini, de 50 anos, Edson Alves Antunes, 32 anos, Valmir Rangeu do Nascimento, 55 anos e Sebastião Ferreira de Souza, 57 anos, que era pastor da Assembleia de Deus.
O crime teria sido motivado por brigas pela terra. O mandante teria intenção de assustar os moradores e expulsá-los do local após a morte das vítimas. No dia do atentado, os denunciados foram reconhecidos pelas testemunhas.
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