DAFFINY DELGADO
DO REPÓRTER MT
Carlos Alexandre da Silva, de 39 anos, confessou em depoimento durante o Tribunal do Júri, nesta quinta-feira (23), que recebeu R$ 2,5 mil e uma moto Honda Biz para ajudar a esconder o corpo da adolescente Maiana Mariano Vilela, de 16 anos, assassinada em dezembro de 2011. Ele afirmou estar arrependido de participar do crime.
Maiana foi morta asfixiada a mando do namorado, um empresário condenado pelo crime, e teve o corpo enterrado em uma cova rasa no Coxipó do Ouro, em Cuiabá.
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Carlos Alexandre foi julgado em 2016 e inocentado pelo assassinato, contudo, o Ministério Público Estadual (MPMT) recorreu e conseguiu anular a sentença. Agora, ele está sendo submetido a novo julgamento, em sessão presidida pela juíza Ana Catarina Perri, da 1ª Vara Criminal de Cuiabá.
Em depoimento, o homem afirmou que conheceu o executor do crime, Paulo Ferreira Martins, na obra de uma chácara onde os dois trabalhavam.
“Ele falou que aconteceu 'zebra' e que agora tinham que jogar fora [o corpo]. Levamos o corpo em um Uno perto da Ponte de Ferro e, de noite, voltamos para enterrar”, explicou.
"Eu ajudei a carregar, mas eu me arrependo até hoje. Não foi eu que matei, não tem nada criminal na minha ficha. Hoje eu trabalho, ajudo a polícia. Ela estava de calça comprida e camisa. A moto eu 'acabei' com ela, deixei em um lugar para outros pegarem", acrescentou.
Relembre o caso
Conforme a denúncia oferecida pelo Ministério Público Estadual, Rogério encomendou a morta da vítima, que sumiu após descontar um cheque na agência do banco Itaú, na Avenida do CPA. Ela foi morta no dia 23 de dezembro de 2011, mas seu corpo só foi encontrado após cinco meses, em uma chácara no bairro Três Barras, região do Coxipó do Ouro.
Segundo investigações, ela ameaçava o empresário. Enfurecido, ele resolveu contratar Paulo Ferreira Martins e Carlos Alexandre para executar o crime.
A mando de Rogério, a adolescente teria descontado um cheque na agência do Banco Itaú e ido levar o dinheiro até Paulo, em uma chácara. No local, Paulo e Carlos renderam a menina e a asfixiaram usando um pano. Para ocultar o cadáver, os criminosos levaram o corpo em uma região de mata e enterraram.
O mandante, Rogério da Silva Amorim, com quem Maiana tinha um caso amoroso, foi sentenciado a 20 anos e 3 meses em regime fechado como mandante do crime e por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, recompensa e meio que dificultou a defesa da vítima). No entanto, cinco dias após a sentença, foi colocado em liberdade.
Já Paulo Ferreira Martins, de 44 anos, que confessou ter asfixiado a adolescente, foi condenado a 18 anos e 9 meses por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver, também em regime fechado.
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