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Cuiabá, 23 de Novembro de 2024
23 de Novembro de 2024

15 de Março de 2024, 15h:20 - A | A

POLÍCIA / CASO ZAMPIERI

Decisão que soltou fazendeira que mandou matar advogado em Cuiabá aponta risco de tentativa de suicídio

Elenice Laurindo chegou a ser considerada foragida pela polícia, mas a decisão desta sexta-feira (15) reverte a situação.

APARECIDO CARMO
DO REPÓRTERMT



Na decisão em que converteu a ordem de prisão de Elenice Ballarotti Laurindo em medidas cautelares, como utilização de tornozeleira eletrônica, o juiz João Bosco Soares da Silva, do Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo) de Cuiabá, indica que a acusada tentou se matar.

Conforme os autos do processo, foi apresentado um atestado médico que comprova que Elenice ficou hospitalizada por três dias, entre 6 e 8 de março deste ano, e, em razão disso, ela precisa de acompanhamento integral por familiar devido ao “risco de autoagressão”, isto é, risco de que ela tire a própria vida.

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“Constato que fora juntado Atestado Médico nos ID’s 144242749 e 143906137, atestando que a representada permaneceu hospitalizada pelo período de 03 (três) dias, de 06/03/2024 à 08/03/2024, por motivos de doença da requerente (CID: X—61.0), bem como consta a imprescindibilidade de acompanhamento integral por familiar, devido a risco de autoagressão e, por fim, consta a brevidade do retorno ao médico dentro de 07 (sete) dias”, diz trecho da decisão.

Segundo Classificação Internacional de Doenças (CID), o código X61 se refere à “Auto-intoxicação por exposição, intencional, a drogas anticonvulsivantes [antiepilépticos] sedativos, hipnóticos, antiparkinsonianos e psicotrópicos”.

Elenice e o marido, Aníbal Laurindo, são acusados pela Polícia Judiciária Civil de serem os mandantes da execução do advogado Roberto Zampieri, assassinado em dezembro do ano passado quando ele saía do escritório de advocacia no bairro Bosque da Saúde em Cuiabá.

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Aníbal chegou a ser preso na segunda-feira (11), mas no mesmo dia obteve na Justiça a revogação da ordem de prisão. Elenice, por sua vez, chegou a ser considerada foragida pela polícia, mas a decisão desta sexta-feira muda sua situação.

“Considerando que o Mandado de Prisão da representada Elenice Ballarotti Laurindo não fora cumprido, portanto, a investigada não se encontra presa, deverá ser expedido o pertinente contramandado”, diz a decisão do magistrado. Um contramandado é uma decisão judicial que anula um mandado expedido anteriormente.

Para conseguir reverter a ordem de prisão contra a fazendeira, a defesa alegou que a prisão temporária seria uma medida extrema por entender que as provas apresentadas são frágeis e não associam a autoria do crime aos investigados.

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Também foi usado como argumento o fato de, assim como o marido, Elenice ter idade avançada. Ela tem 68 anos e Aníbal tem 73.

Por determinação do magistrado, Elenice deverá utilizar tornozeleira eletrônica, teve o passaporte suspenso, assim como o seu registro como Caçadora, Atiradora esportiva e Colecionadora de armas (CAC). Além disso, ela não poderá manter contato com nenhum dos investigados por qualquer meio. A única exceção é o seu marido.

O caso

Roberto Zampieri foi morto no dia 5 de dezembro de 2023, na porta do seu escritório, no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá.

Segundo a Polícia Civil, a morte foi encomendada por Aníbal e Elenice Laurindo, por uma briga por terras no município de Paranatinga. O irmão de Aníbal teria perdido uma propriedade por determinação da Justiça e, em determinado momento, as terras dele próprio se tornam alvo de disputa.

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Temendo uma suposta influência de Zampieri junto a juízes, o casal decidiu encomendar a morte do advogado.

Outros três envolvidos no crime foram indiciados pela polícia e denunciados pelo Ministério Público: o coronel do exército Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas, que seria o financiador do crime; Antônio Gomes da Silva, o executor; e Hedilerson Fialho Martins Barbosa, o intermediário. Os três estão presos em Cuiabá.

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