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Cuiabá, 04 de Fevereiro de 2025
04 de Fevereiro de 2025

23 de Dezembro de 2015, 15h:09 - A | A

POLÍCIA / "METEU A MÃO"

Ex-presidente teria roubado R$ 1 milhão da AACC em Cuiabá

Em depoimento à Polícia, a acusada assumiu as fraudes. Ela contava com a participação do marido, da mãe e de empresas 'laranja'

DA REDAÇÃO



A Polícia Judiciária Civil investiga um suposto desvio de dinheiro na Associação dos Amigos da Criança com Câncer de Mato Grosso (AACC-MT). A principal acusada é a ex-presidente da instituição, Telen Aparecida da Costa, que esteve à frente do comando da Casa de 2009 até outubro de 2015. Ela seria a responsável pelo desvio de pelo menos R$ 1 milhão da instituição que recebe ajuda tanto de pessoas físicas e jurídicas, como do governo.

Foi detectada a fraude em relação a uma nota fiscal referente a serviços de informática. O valor original da nota fiscal seria de R$ 2.150 mil e tinha sido adulterada para R$ 500 mil.

O trabalho começou depois que a diretoria da instituição procurou o Ministério Público Estadual e a Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), por suspeita de que a presidente, à época, Telen Aparecida da Costa, estaria desviando recursos da Associação.

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Telen foi afastada em outubro de 2015, devido a desconfiança da diretoria sobre fraudes. As investigações iniciaram com a disponibilização de documentos fornecidos pela AACC e após  diversas diligências, foi detectada a fraude em relação a uma nota fiscal referente a serviços de informática. O valor original da nota fiscal seria de R$ 2.150 mil e tinha sido adulterada para R$ 500 mil.

As notas, quando apresentadas ao corpo de diretores, omitiam transferências da conta da Associação para conta da empresa da presidente e também para a conta particular dela.

 

Os diretores também informaram à Polícia Civil que desconfiavam de outras fraudes com notas fiscais e adulteração de extratos bancários da AACC. Segundo eles, as notas, quando apresentadas ao corpo de diretores, omitiam transferências da conta da Associação para conta da empresa da presidente e também para a conta particular dela.  

 

Os trabalhos ainda não foram finalizados e uma auditoria, sobre a movimentação financeira da associação, nos últimos cinco anos, pode revelar valor ainda maior.  

No dia 17 de dezembro, sob o comando do delegado Mario Dermeval Aravechia de Resende, que atualmente está na Diretoria Geral da Polícia Civil, foi deflagrada a operação “Cupititas” (cobiça em latim), cumprindo-se a as prisões temporárias da mãe da ex-presidente, Edite Gonçalves de Arruda, Luciano Gledson, dono da empresa Simples Contábil, usada como “laranja, assim como Telen e seu marido Willian Cesar Batista de Jesus, que juntos são donos da empresa Brothen, à qual foram emitidas várias transferências em valores da AACC. 

A acusada assumiu as práticas ilícitas, bem como detalhou a forma que cometia as fraudes. Ela se comprometeu a restituir os valores desviados.

Também foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão nas empresas e residências dos investigados. As ordens judiciais foram decretadas pela 7ª Vara Criminal de Cuiabá.

 

Telen e o marido, no dia da operação, estavam em Florianópolis (SC) e se apresentaram na noite do mesmo dia para prestar depoimento. A acusada assumiu as práticas ilícitas, bem como detalhou a forma que cometia as fraudes. Ela se comprometeu a restituir os valores desviados.

Todos os suspeitos nas fraudes foram ouvidos, indiciados e liberados logo em seguida, por terem cooperados com as investigações, que devem ser finalizadas em cerca de 80 dias. Eles irão responder pelos crimes, já comprovados, de apropriação indébita, falsidade ideológica, formação de quadrilha, e possivelmente crimes contra administração, na forma de peculato, uma vez que a entidade recebeu dinheiro público de convênios, podendo ainda surgir novos delitos.

O delegado Mario Dermeval Aravechia, que trabalhou em conjunto com a Diretoria de Inteligência, destacou que os próprios diretores da entidade foram os responsáveis pelo sucesso da investigação. “Só chegamos a esse resultado positivo tendo em vista o interesse e a disponibilidade de todos no fornecimento de informações e documentos à Polícia”, disse.

Conforme o delegado ficou claro na investigação que os membros da diretoria da AACC, sem exceção, foram todos induzidos a erro e enganados pela então presidente.

As investigações correram em sigilo, até então, visando à preservação da imagem da AACC.

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