APARECIDO CARMO
DO REPÓRTERMT
A juíza Ana Graziela Vaz de Campos Alves Côrrea, da 1ª Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Cuiabá, manteve a prisão do empresário Carlos Alberto Gomes Bezerra, o Carlinhos Bezerra. Como se trata de prisão preventiva, a magistrada precisa reavaliar a cada 90 dias a necessidade de manter o réu preso.
Carlinhos Bezerra é filho do ex-governador e ex-deputado federal Carlos Bezerra (MDB) e responde a processo pelo assassinato de Thays Machado, sua ex-companheira, e do namorado dela na época, Willian Moreno. O crime foi registrado em 18 de janeiro do ano passado, porque Carlinhos não aceitava que Thays tivesse outro relacionamento.
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O casal foi morto a tiros em frente ao prédio da mãe de Thays, no bairro Consil. O empresário foi preso no mesmo dia, escondido em uma fazenda da família na cidade de Campo Verde. Em novembro, o Tribunal de Justiça chegou a conceder a ele o benefício da prisão domiciliar, mas a decisão foi cassada pouco tempo depois, devido a descumprimento das condições estabelecidas pela Justiça e passear pela cidade quando deveria estar recolhido em casa.
Na sua decisão, a magistrada explica que a decisão tem como objetivo evitar que um eventual descumprimento do prazo legal seja usada para anular a decisão e conceder liberdade ao empresário. Carlinhos foi preso novamente em 28 de fevereiro deste ano e a decisão foi proferida em 27 de maio, portanto 89 dias após a prisão.
“Da análise dos autos, entendo ainda ser necessária a manutenção da prisão do acusado, por ainda estarem presentes os pressupostos e requisitos que a ensejaram, uma vez que não houve qualquer alteração fática, desde a prisão do mesmo, a fim de sustentar uma decisão que importe na revogação da segregação cautelar, colocando o mesmo em liberdade e nem o prazo que ele se encontra segregado corresponder a prazo abusivo, principalmente, se considerarmos a gravidade dos fatos e a necessidade de garantia da ordem pública, especialmente, em relação aos crimes praticados no âmbito da violência doméstica”, diz a decisão.
O empresário é réu por duplo homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e perigo comum, surpresa e impossibilidade de defesa da vítima. Ele também responde por feminicídio contra Thays. Carlinhos está preso na Penitenciária da Mata Grande, em Rondonópolis. Para o promotor Jaime Romaqueli, que assina a denúncia, o empresário agiu de forma “cruel”, “covarde” e com “perversidade”.