DA REDAÇÃO
Membros do grupo de extermínio, denominado “Os Mercenários”, em Várzea Grande, já acumulam mais de 100 anos de condenação. Na quarta-feira (03), mais dois integrantes foram submetidos ao Tribunal do Júri. José Edmilson Pires dos Santos e Helbert de França Silva foram condenados, cada um, a 75 anos de prisão. Eles foram julgados pelos crimes de homicídio consumado contra três vítimas e mais uma tentativa contra uma quarta pessoa. Esses crimes tornaram-se conhecidos da população como a Chacina do Cristo Rei.
Durante o julgamento, os promotores que atuaram em plenário defenderam, além da condenação dos dois réus, a absolvição de Jonathan Teodoro de Carvalho. Todas as teses defendidas pelo Ministério Público foram acatadas pelos jurados.
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Conforme a sentença, os homicídios ocorreram no dia 13 de abril de 2016, por volta das 22h20, em Várzea Grande. As vítimas Márcio Melo de Souza, Wellington Ormond Pereira e Vinicius Silva Miranda foram assassinadas a tiros. Na ocasião, Alan Chagas da Silva também foi atingindo, mas sobreviveu.
Segundo o Ministério Público, os acusados chegaram juntos no local em um veículo e já desceram efetuando os disparos. Somente Alan Chagas da Silva conseguiu pular o muro e fugir. Os crimes aconteceram na Rua 11, Casa 14, Quadra 54, no bairro Cohab Cristo Rei.
Os sentenciados José Edmilson e Helbert de França Silva respondem a outras ações penais, todas pela prática de crimes dolosos contra vida, praticados por motivação e circunstâncias semelhantes ao caso que foi julgado. Eles estão presos e não poderão recorrer da sentença em liberdade. No mês passado eles foram submetidos ao júri popular e foram condenados a 30 anos de prisão, cada um, pelo homicídio qualificado praticado contra Luciano Militão da Silva e por tentativa de homicídio contra Célia Regina da Silva.
Organização
O MPMT alega que o grupo “Os Mercenários”, formado por aproximadamente seis policiais, além de civis, se associaram mediante estrutura ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, com o objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagens de qualquer natureza, mediante a prática de assassinatos.
Conforme apurado durante as investigações, os integrantes do grupo possuíam todo um aparato para cometer crimes, como armamento sofisticado, rádio amador, silenciador de tiros e diversos carros e motocicletas com placas frias. Estima-se que dezenas de pessoas tenham sido vítimas do grupo.